Venâncio gostava de fazenda (Foto do álbum de família)
Mineiro de Lavras, onde nasceu no início do século passado e que fica numa região onde a família fincou raízes para depois sair pelo Brasil afora, Venâncio José Naves tem um nome adotado por muitos em várias gerações e sempre gostou desse prenome. Sua cidade natal, na época pequena e acolhedora, teve na plantação de café sua principal atividade econômica, na qual ele e a mulher trabalharam. Na metade do século XX decidiu mudar sua vida e enfrentar novos desafios, quando juntou uns trocados, reuniu a grande família que já tinha formado e mudou-se para Goiás.
Ele se casou com Zulmira Cândida (foto), também de Lavras, batizada em Rosário e que era descendente de índios, muito pobres. Os irmãos morreram cedo, da maleita, e o pai, Laurêncio Borges, em São Tomé das Letras, MG, quando ajudava a retirar um boi que estava numa roça, houve um estouro e o animal o pisoteou. Ela tinha oito anos de idade.
Sempre trabalhando a terra, morou uns tempos no município de Roxa, SP, e depois voltou a Lavras, quando resolveu buscar novos espaços, e nunca mais voltou a Minas Gerais. Com a família, Venâncio chegou primeiro em Petrolina de Goiás, onde conseguiu um trabalho, juntou um pouco de dinheiro e logo formou sua primeira fazenda. Era final de 1950, começo de 1951. Comprou terras perto de Pilar de Goiás, depois na região de Trombas, próximo a Porangatu, entre Formoso e Campinaçu. Eram terras sem registros, comprava o direito de sua exploração, e a vendia posteriormente. Em Formoso montou uma máquina de beneficiamento de arroz, e ali ficou por sete anos, até que adoeceu, quando venderam o que tinham ali para cuidar da saúde dele. Desenvolveu uma doença de pele, pênfigo e, mais adiante, problemas no pulmão, morrendo de enfisema pulmonar, como a mulher dele, Zulmira: ele era fumante ativo e, ela, fumante passivo.
Seus filhos, com o tempo, foram fazendo suas opções e se mudando.