Jales lê para sua mãe o livro sobre a família Naves no Brasil
O sorriso nos lábios, o fechar dos olhos para apreciar as histórias que estavam sendo contadas e a viagem saudosa que a leitura pausada do livro “A história da família Naves no Brasil” lhe permitia. Assim, tranquila e feliz, Maria Luiza Naves fez pequenos comentários e se lembrou de alguns episódios que passou com seu marido, José Rodrigues Naves Júnior, ao longo de seus quase 60 anos de casamento. Já com 103 anos de idade e caminhando firme para os 104 em julho deste ano, dona Nenzinha gostou de ouvir os relatos, no livro, das professoras Maria Helena Fernandes Cardoso e Vicentina Naves Fernandes e do seu filho, jornalista Jales Naves.
“José iria adorar ler esse livro, para lembrar de seus pais e irmãos, a vida simples que tiveram em Araguari e região”, disse ao filho Jales, que o leu para ela. Explicou que seu marido gostava de se lembrar de momentos que passou ao lado dos familiares, pois ficou na sua terra natal os primeiros 20 anos de sua vida, quando decidiu se mudar para Goiás e se fixou na Goiânia que estava nascendo. Casou-se com a trindadense Maria Luiza e eles tiveram nove filhos, os seis primeiros na então vila de São Geraldo e que depois, por sugestão dele, passou a se chamar Goianira. Ele viveu 80 anos, faleceu em 1995 e faria, dia 13 de fevereiro, 110 anos.
TREZE GERAÇÕES
O livro descreve 13 gerações de Naves que nasceram no Brasil, a partir do casamento do português João de Almeida Naves com a brasileira Maria da Silva Leite, provavelmente em São Paulo, SP, em 1653. José Rodrigues Naves Júnior, que nasceu em Araguari, MG, em 1915, integra a oitava geração dos Naves brasileiros.
Zé Navinho, como era conhecido, contava a história de dois irmãos portugueses que teriam vindo para o Brasil e que adotaram o nome do meio de transporte que utilizaram, o navio. As pesquisas indicam que esses dois irmãos que vieram para o Triângulo Mineiro, mais especificamente para Nova Ponte, já eram brasileiros, nasceram em Lavras, MG, e formaram a quinta geração nascida no Brasil – Venâncio José Naves, de 1796, e José Francisco Naves, de 1802, conforme o batismo.
Coincidentemente, Zé Navinho era descendente direto desses dois irmãos que optaram pelo então Sertão da Farinha Podre. Venâncio José se casou duas vezes: com a primeira, Gertrudes Maria da Silva, teve seis filhos; e com a segunda, Geralda Cândida de Oliveira Naves, oito filhos, dentre os quais o quinto, José Pereira Naves, que nasceu em 1854, em Nova Ponte, MG, integrando a sexta geração. José Francisco também se casou duas vezes e com a primeira, Anna Rosa de Jesus, de Bom Sucesso, MG, de 1813, teve 13 filhos, dentre os quais o sétimo, Antônio Joaquim Naves, de 1842, de Araguari, igualmente da sexta geração.
José Pereira Naves casou-se com Maria Cândida Rodrigues da Cunha, mineira de Araguari, de 1859, tiveram apenas dois filhos, José e Joaquim, que formam a sétima geração; ela faleceu aos 20 anos, no nascimento do segundo filho, Joaquim. Antônio Joaquim era conhecido como ‘Antonino’, casou-se com sua sobrinha Anna Rosa Naves de Oliveira, filha de sua irmã Maria Victoria Naves e João Antônio de Oliveira. Antonino e Anna Rosa tiveram 12 filhos, dentre os quais a oitava, Elvira Rosa Naves, de 1881, de Nova Ponte, igualmente integrando a sétima geração.
José Rodrigues Naves e Elvira Rosa Naves se casaram, tiveram nove filhos, que formam a oitava geração, dentre os quais o caçula, homônimo do pai, José Rodrigues Naves Júnior. Zé Navinho se casou com Maria Luiza e também tiveram nove filhos, dentre os quais Jales Rodrigues Naves, que integra a nona geração dos Naves brasileiros.