O livro “A história da família Naves no Brasil (1655 a 1945)”, de autoria dos escritores Jales Naves, Maria Helena Fernandes Cardoso e Vicentina Naves Fernandes, já falecida, “é valioso”, na opinião do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, escritor Jales Guedes Coelho Mendonça. Autor do prefácio, ele explicou que a obra não deve ser apenas lida e estudada atenciosamente, “já que doravante torna-se fonte obrigatória de consulta para os interessados na matéria, como ainda estimula várias outras famílias a igualmente divulgarem sua trajetória”.

O livro começou a ser comercializado pelas redes sociais, com a indicação do pix ou conta para envio do valor e do endereço para remessa do exemplar. “Fizemos como o escritor Pedro Gomes que, assalariado e sem condições de pagar a gráfica, surpreendeu a todos com sua obra impressa. Ao ser indagado, revelou como conseguiu realizar a proeza: fez um exemplar, que mostrou a amigos e conhecidos, explicando que precisava de recursos para a gráfica e as pessoas, prontamente, fizeram a compra antecipada e pagaram, viabilizando a sua obra”, afirmou Jales Naves.

A obra, da Editora Naves, tem 260 páginas, é fartamente ilustrada, com fotos e mapas genealógicos, e pode ser solicitada pelo WhatsApp: 62 99975 4664.

Memória

No prefácio, Jales Mendonça cita o consagrado pensador Paul Ricoeur, em sua obra “A memória, a história, o esquecimento’, da Editora da Unicamp, de 2007, ao ensinar que a pesquisa nos arquivos representa o “trabalho duro” do historiador, além de sua garantia mais segura para a reconstituição verossímil do passado.

“Inspirados certamente no ensinamento do intelectual francês”, como ressaltou, os autores não mediram esforços em vasculhar diversos acervos, sobretudo eclesiásticos, judiciais e cartoriais, no afã de remontarem, com a maior fidedignidade possível, a trajetória dos Naves no país. Nesse sentido, registraram logo no início do estudo: “para chegar a essa certeza de que João de Almeida Naves foi o primeiro a chegar ao Brasil trabalhamos mais de 30 anos de buscas, questionamentos e análises”.

A investigação divide-se em seis capítulos, sendo que os quatro primeiros estão praticamente centrados na figura do patriarca da família no Brasil, João de Almeida Naves. Nascido em Portugal, em 1624, ele se transferiu para a América Portuguesa 20 anos mais tarde, estabelecendo-se primeiro em São Paulo, onde contraiu núpcias com a jovem Maria da Silva Leite, brasileira, e depois em Santana do Parnaíba, hoje integrando a região metropolitana da capital paulista; o casal teve 10 filhos.

O livro analisa os testamentos e inventários do pioneiro, “fontes relevantes para a compreensão dos fatos pretéritos”, como sublinhou o Presidente do IHGG. “Extrai-se do texto que os autores Jales e Maria Helena compilaram o impressionante número de 41 autos dessa espécie, mencionando suas referências e os arquivos percorridos na bibliografia”.

No campo processual sucessório, “descortinam-se os costumes, a mentalidade, o poder da Igreja Católica e a força da escravidão na sociedade nos séculos XVIII e XIX. Ademais, a morosidade do sistema de Justiça é igualmente retratada na medida em que, mesmo sete anos após a morte de João de Almeida Naves a partilha entre os herdeiros ainda não chegara ao seu fim, o que, aliás, parece nunca ter ocorrido”, completou.

Jales Mendonça diz que livro servirá de modelo para outras famílias

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