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Pampinha registra no Geleia Geral, o lançamento também

Um dos mais conhecidos colunistas goianos, com passagem por jornais e revistas do eixo Rio-São Paulo, o jornalista Luiz Augusto Pampinha registrou o lançamento em sua coluna ‘Geleia Geral’, do “Diário da Manhã”, por onde a maioria começa a ler o jornal.

POLÍTICA – O livro Otávio Lage – Empreendedor, Político, Inovador, trabalho de nove meses de pesquisa do jornalista, conta história de “um político de visão”

otavio-lage-webAugusto Diniz – “Sempre agindo como um estadista, em sua missão criadora, honrado, honesto e com uma visão global da situação, dos problemas e das soluções, preocupado com o futuro e tomando decisões pensando nas próximas gerações, Otávio Lage soube construir uma trajetória positiva e agregadora. Como político, procurou somar e multiplicar suas iniciativas por Goiás e pelo Brasil, e como empreendedor inovou, estimulou a pesquisa e novas tecnologias, agiu como multiplicador de ações e se constituiu num cooperador que nunca caminha sozinho.”

A descrição acima está no primeiro capítulo do livro Otávio Lage – Empreendedor, Político, Inovador (351 páginas, Editora Naves), do jornalista Jales Naves. A obra será lançada hoje, às 19h, no Salão Dona Gercina Borges Teixeira, do Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. O governador Marconi Perillo (PSDB), Marilda Fontoura de Siqueira, viúva de Otávio Lage, familiares do biografado e o jornalista estarão presentes. O exemplar será vendido a R$ 50. O valor da venda será revertido para o Hospital de Urgências Otávio Lage, o Hugo 2, em construção na região Noroeste da capital.

Encomendado pela família do ex-governador Otávio Lage, natural de Buriti Alegre, no Sul goiano, que morreu em 2006 aos 81 anos, o livro retrata a história do chefe do Executivo goiano em duas oportunidades: pela União Democrática Nacional (UDN), partido de sustentação da ditadura militar no Brasil, foi governador de 31 de janeiro de 1966 a 20 de maio de 1968 e depois entre 3 de julho de 1968 e 15 de março de 1971. Foi Lage o último governador eleito pelo voto após o golpe militar de 1º de abril de 1964.

“Um dos governadores que mais construiu obras”

Questionado pelo jornalista Batista Custódio, que se negou a dar entrevista ao autor do livro por achar que uma biografia encomendada pela família só trataria o pesquisado de forma positiva, Jales Naves tentou ser fiel às informações e pesquisas realizadas em nove meses de trabalho, até abril de 2014, quando concluiu a obra. “Um dos governadores que mais construiu obras necessárias, que contribuiu para tirar o Estado de um atraso histórico, em termos sociais, econômicos e políticos, Otávio Lage foi um marco de modernidade para Goiás”, escreveu na apresentação da publicação o autor.

Com prefácio do filho de Otávio Lage, o prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), de 64 anos, afirma que Naves teria o desafio de pesquisar a vida de “uma das personalidades mais fascinantes da segunda metade do século XX em Goiás”. Pai de Jalles Fontoura, Lage tem como principais obras do período em que foi governador a conclusão da segunda etapa da usina hidrelétrica de Cachoeira Dourada, a pavimentação de rodovias que interligam a BR-153 às cidades de Buriti Alegre, Goiatuba, Pontalina e Piracanjuba, além de unir por rodovias asfaltadas Goiânia, Nerópolis e Goianésia, São Miguel do Araguaia e Goiás, escolas estaduais, unidades de saúde e iniciar a construção do Hospital Materno Infantil (HMI).

Na descrição do autor, a ligação entre as famílias de Otávio Lage, filho de Jalles Machado, e de Jales Naves, caçula de José Rodrigues Naves Júnior, se faz presente no livro. Colegas de partido, quando Otávio Lage e José Rodrigues Naves Júnior integravam a UDN, Lage acatou pedido do amigo e deu emprego ao filho Jales Naves no Consórcio de Empresas de Radiodifusão e Notícias do Estado (Cerne) em 1968.

Parte dessa relação também se evidencia quando Jalles Fontoura, filho de Otávio Lage, nomeou o autor do livro ao cargo de superintendente Executivo da então Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) em janeiro de 2014. O fato é que, convidado pela família, Jales Naves teve a missão de concluir em nove meses a biografia, ou livro-reportagem, de Otávio Lage. “Não se trata de uma obra acabada, pois a cada avanço da pesquisa surgiam novos dados, novos caminhos, e sim é uma primeira abordagem de sua rica e exemplar trajetória”, pontuou o jornalista.

Fonte: Jornal O Hoje, 23/04/2015, 10:11

otavio-lage_capa-do-livro_800x1094“Otávio Lage — Em­pre­endedor, Político, Inovador” (Editora Naves, 351 páginas), de Jales Naves, será lançado na quinta-feira, 23, às 19h, no Salão Dona Gercina Borges Teixeira, do Palácio das Esmeraldas, em Goiânia.

O livro do jornalista, que abre uma porta para novos estudos, específicos e gerais, resulta de uma pesquisa séria e desfaz mitos. Por exemplo: quando governador, o engenheiro Otávio Lage não fe­chou a Assembleia Legislativa (a informação equivocada deriva de um livro dos professores Itami Cam­pos e Arédio Duarte e tem si­do repetida por jornalistas). A “ar­te” deve ser atribuída aos militares.

Disseram a Jales Naves que Otávio Lage havia perseguido o desembargador aposentado Jalles Ferreira da Costa e o ministro do Superior Tribunal de Justiça Sebastião de Oliveira Castro Filho quando começavam sua vida profissional. Os dois disseram ao pesquisador que jamais foram perseguidos pelo governador.

Outros, mais desinformados, chegaram a dizer que Otávio foi nomeado pelos militares, quando, na verdade, foi eleito pelo voto dos eleitores.

Jales Naves prova que, acima de tudo, Otávio Lage era um modernizador que entendeu bem seu tempo e, por isso, pôde modificá-lo — melhorando a vida dos goianos. Era, como nota o biógrafo, um estadista. Se fosse mais ideológico, no sentir de construir não apenas as obras, mas também uma explicação detida sobre o que fez, figuraria com mais peso na história goiana.

Aliados, até bem intencionados, diziam a Otávio Lage que era preciso construir obras faraônicas, para que fosse lembrado, mas o governador dizia que fundamental mesmo era investir em educação, energia (construiu a segunda etapa de Ca­choeira Dourada) e transporte. Ao assumir o governo, em 1966, Goiâ­nia tinha apenas três escolas públicas de ensino médio. Ele construiu dez. Goiás tinha 243 km de rodovias estaduais asfaltadas. O governador da UDN-Arena pavimentou 460 km e “triplicou a capacidade de geração de energia elétrica”.

O livro, muito bem escrito, parece, por ter sido encomendado pela família de Otávio Lage, uma hagiografia. Acredite: não é. Jales, se quiser, pode aprofundar a pesquisa e apresentá-la como dissertação de mestrado em alguma universidade. Um único senão, se posso dizer assim num país carente de exemplos positivos: Otávio Lage não deve ser tratado como herói, e sim como um modernizador, um visionário, na linhagem, quem sabe, de homens como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

A ditadura “morreu” há 30 anos. Portanto, os políticos que a apoiaram — mas não aquilo que eram excrescências —, como Otávio Lage, Leonino Caiado, Irapuan Costa Junior, precisam ser avaliados com base na justiça histórica, e não nas ideologias.

“Jornal Opção”, de Goiânia, GO, edição nº 2076, 19.04.2015, texto do jornalista Euler de França Belém.