Estive no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás hoje de manhã, dia 19, para acertar a anuidade de 2017, e aproveitei para fazer uma pequena pesquisa, para conhecer a história da entidade. Solicitei os primeiros livros e o eficiente e atencioso secretário administrativo Gilberto Vagno Borges, que trabalha na instituição há muitos anos, trouxe alguns livros. Qual não foi minha surpresa ao procurar informações básicas, como data de constituição, primeira diretoria, atividades realizadas no período etc. e não encontrar nenhuma. Faltam livros, faltam documentos, faltam atas e não se tem o paradeiro dessas informações preciosas.
Consegui alguns dados por vias indiretas. Na parede, a carta do Ministério do Trabalho, de 6 de julho de 1959, assinada pelo então ministro Fernando Nóbrega, que transformava a Associação Profissional dos Jornalistas do Estado de Goiás em Sindicato dos Jornalistas. No armário, guardados, os quadros com as fotografias dos quatro primeiros presidentes: Lourival Batista Pereira, de 1959 a 1962; Domiciano de Faria Pereira, 1962 a 1965; José Osório Naves, de 1965 a 1974 (três mandatos); e Derli Lopes da Silva, de 1974 a 1977.
Há várias listas de registro profissional fornecidas pela Delegacia Regional do Trabalho em Goiás, sem ordem por data. De uma das listas da DRT o registro nº 1, quando a profissão não era reconhecida, é de 20 de julho de 1939 e pertence a João Guilherme Chaves; as de nº 2 e 3, ambas de 28.09.1939, são dos irmãos Joaquim Câmara Filho e Jaime Câmara. Noutra lista, o registro nº 216, de 21.05.1962, é do meu irmão mais velho, José Osório Naves, que teve a carteira nº 48, datada de 25.04.1965. Ainda, dois registros em meu nome, Jales Naves: nº 292, de 21.10.1968, e nº 17, de 30.07.1970, especifico do Serviço Público; e um como estagiário, nº 308, de 18.03.1969, de outro irmão, Sevan Naves.
Na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 25 de janeiro de 1968 foi eleita a nova Diretoria do Sindicato, quando José Osório Naves obteve nas urnas o segundo mandato de três anos.
A Assembleia Geral Extraordinária de 16 de junho de 1968, a segunda daquele ano, discutiu dois fatos importantes: o acordo salarial firmado entre o Sindicato e as empresas proprietárias de jornais e revistas, com autorização do Ministério do Trabalho; e a construção da Casa do Jornalista, na Vila Coimbra, um bloco de 27 apartamentos em terreno doado pelo Governo do Estado, ousado projeto financiado pelo Banco Nacional da Habitação (BNH). Pelo acordo a remuneração do redator, para o período de maio daquele ano a 30 de abril de 1969, foi fixada em NCR$ 280,80 e a do repórter em NCR$ 229,89.
Na AGE foram definidos os critérios para aquisição de apartamento na Casa do Jornalista: em primeiro lugar seriam atendidos os jornalistas casados com maior número de filhos; em segundo, os jornalistas casados com menor número de filhos; em terceiro, os casados sem filhos; em quarto, os arrimos de família; em quinto, os solteiros; e, em sexto, caso sobrassem apartamentos, seriam atendidos os jornalistas não sindicalizados por exercerem função em empresas públicas. Exigência: o beneficiado não poderia ter imóvel em seu nome. Com a aplicação do financiamento do BNH, por meio da Caixa Econômica do Estado de Goiás (Caixego), foi possível adquirir a sala 707, no 7º andar do Edifício Anhanguera, onde funcionava o Cine Capri, que se constituiu na primeira sede própria do Sindicato, e mobiliar aquele conjunto de pequenas salas e demais instalações.
O Conselho Fiscal do Sindicato, em reunião do dia 15 de agosto de 1971, aprovou a prestação de contas da VIII Conferência Nacional de Jornalistas Profissionais, realizada naquele ano em Goiânia, com grande repercussão. Na reunião desse Conselho do dia 28 de junho de 1972 o presidente do Sindicato, José Osório Naves, explicou os procedimentos para regularização da Sala 707 no patrimônio da entidade e foram aprovadas as contas do exercício de 1971.
Na AGO de 8 de abril de 1974 foi renovada a Diretoria para o triênio 1974/77, com a eleição de Derli Lopes da Silva para a presidência. A posse, no dia 16 de maio, foi presidida pelo ministro do Trabalho e Previdência Social, Arnaldo Prieto. Na época ainda jornalista, tendo trabalhado como repórter na Rádio Brasil Central, e integrando a chapa, Sevan Naves foi empossado como suplente do Delegado Representante do Sindicato junto à Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (Fenaj).