Cooperativismo de crédito é uma alternativa para a pessoa organizar suas finanças e aplicar com maior retorno os seus recursos
Sempre atencioso e um leitor antenado, Marisvaldo honrou-nos com suas oportunas observações sobre o Cooperativismo de Crédito e fez sugestões que engrandecem ainda mais a obra. É seu estilo. Gosta de ler e comentar sobre o que leu, fazendo anotações, indicando caminhos e mostrando que conhece do assunto, e fala como um Professor. Aliás, uma carreira que abraçou com entusiasmo e dedicação, como agora, quando ressalta o significado da obra e sugere que seja estudada em salas de aula, evidenciando a importância do tema e do livro.
Como admirador de seu trabalho, gostei do artigo que publicou no “Jornal Opção” de ontem, dia 13; apreciei a forma como abordou o tema, ressaltando aspectos que só aqueles que conhecem o sistema fazem; e fiquei surpreso e contente com a sua publicação, pois nos remete ao tempo em que o assessorei na universidade. Eram momentos para conversar, trocar ideias, discorrer sobre temas atuais e tornar esses instantes de convivência mais ricos e mais interessantes. A gratidão pelas palavras, pelas considerações e pelo orgulho de tê-lo como leitor das obras de que participo.
“Goiás, livro de Jales Naves e o novo cooperativismo de crédito
Marisvaldo Cortez Amado
Sistema que exige a real participação de seus integrantes e que, por isso, requer que cada um tenha conhecimentos e seja presente em suas atividades, o Cooperativismo de Crédito se apresenta como uma importante alternativa para a pessoa melhor organizar suas finanças, aplicar com maior retorno os seus recursos e assegurar uma melhor condição financeira.
Essa avaliação tem sido uma constante na vida de quem efetivamente participa de uma entidade da área e fica muito clara ao se ler uma obra lançada recentemente, que veio suprir uma lacuna: “Cooperativismo de Crédito – Sua história em Goiás e seu protagonismo no Brasil”, do jornalista Jales Naves e do advogado tributarista Jales Naves Júnior.
Tão logo entrou em circulação procurei adquirir um exemplar e só tive prazer na leitura, fácil e tranquila, com um roteiro que nos estimula a ir até o fim do livro.
É uma obra didática e oportuna. Texto claro e gostoso de ler, com informações precisas, muita pesquisa e a seriedade de quem se dedica, há quase 50 anos, ao ofício de redigir, como Jornalista, e agora como escritor de trabalhos de grande repercussão. Já na apresentação o leitor tem uma visão ampla de todo o processo, conhece a história do sistema cooperativista no mundo, no Brasil e em Goiás, em rápidas pinceladas, e entra em contato com as mudanças que ocorreram nos últimos anos no País.
Os autores se basearam em documentos oficiais e na legislação que regulamenta o setor, em especial a relativa ao sistema financeiro, e em depoimentos de dirigentes da área. Mostra as dificuldades enfrentadas no período militar, quando as Cooperativas de Crédito foram praticamente eliminadas do mercado financeiro. Na época, não podiam emprestar dinheiro, receber depósitos, fazer aplicações etc. Ficaram conhecidas como bancos do “não pode”, tamanhas as restrições ao seu funcionamento.
Depois de mais de duas décadas nessa condição, nos anos 1980 a situação começou a mudar. Primeiro, o ex-governador e empresário Otávio Lage, com sua autoridade e prestígio, conseguiu criar uma primeira Cooperativa de Crédito em bases diferentes, aproveitando a brecha propiciada pelo Proálcool. Depois, com o funcionamento dessa instituição goiana, despertou as Cooperativas de Produtores Rurais a pleitearem uma congênere da área de Crédito. Com a Constituinte, que teve no então deputado federal Paulo Roberto Cunha um grande defensor do modelo cooperativista, o quadro ganhou novos contornos e Goiás assumiu um papel de liderança, contribuindo na estruturação e consolidação de um sistema em nível nacional, o Sicoob.
Conheci um dos autores do livro, Jales Naves, quando ele assessorou, na área de comunicação, a Seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil e deu grande projeção à OAB-GO, na época presidida por Eli Alves Forte; eu era conselheiro. Depois o levei para a Pontifícia Universidade Católica de Goiás quando fui Reitor, nos anos de 2001 e 2002, e ele ali ficou por 11 anos, realizando outro trabalho de qualidade, reafirmando sua competência e seus conhecimentos. Sei de sua dedicação às tarefas que assume, do brilhantismo como escreve, e da seriedade como realiza seus trabalhos.
Essa intimidade com ele e a qualidade da obra me autorizam a recomendar o livro para ser adotado pelas universidades para o ensino do Cooperativismo em sala de aula, discutir esse modelo alternativo e ensejar experiências para sua vivência e melhor conhecimento.
Afinal, em momentos de crise, como o atual, quando as pessoas ficam descrentes, é importante avaliar o que vem dando certo, em especial nos Estados Unidos, na Europa e no Canadá, como os autores fizeram questão de mostrar. E investir na educação cooperativista, de forma permanente, pela qual o cooperado se instrumentaliza para participar mais.
Na Cooperativa de Crédito o cidadão é, ao mesmo tempo, sócio e usuário. Portanto, participa das duas pontas do sistema financeiro: é dono do dinheiro e vai utilizá-lo em seus projetos e atividades.
Marisvaldo Cortez Amado, advogado, foi reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2001/2002), é conselheiro federal da OAB e atualmente preside a Comissão Nacional de Educação Jurídica do Conselho Federal da OAB.”, como pode ser lido no Jornal Opção.
Goiano de Anápolis, 61 anos, Marisvaldo atua em Goiânia e Brasília como advogado, nas áreas do Direito Empresarial, Bancário, de Família e Educacional. É mestre em Direito, especialista em Direito Público, vice-presidente da Academia Goiana de Direito (Relações Sociais) e reitor da PUC-Goiás em 2001 e 2002. Foi conselheiro seccional, tesoureiro, diretor-geral da Escola Superior da Advocacia de Goiás (ESA) e conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil . Educador e gestor reconhecido, como Reitor da PUC Goiás, e presidindo a importante Comissão Nacional de Ensino Jurídico da OAB, tem larga experiência na área e autoridade para fazer a defesa desta tese de grande significado nos dias atuais: o estudo nas escolas e universidades do Cooperativismo de Crédito como alternativa do sistema financeiro. Defende, principalmente, a implantação de um processo de educação cooperativista permanente nas Cooperativas para o seu quadro social, tornando-os cooperados na essência da palavra, que participam e defendem a entidade, em todos os momentos e circunstâncias.