“O livro ficou excelente, Jales. Parabéns! Você resgatou a história do Cooperativismo de Crédito no Brasil, deu uma rápida pincelada nos primeiros momentos, tanto no país como no mundo, além de situar Goiás nesse contexto, que foi fundamental”. A afirmação, depois de ler o livro “Cooperativismo de Crédito – Sua história em Goiás e seu protagonismo no Brasil”, do jornalista Jales Naves e do advogado tributarista Jales Naves Júnior, publicado pela Editora Naves, é de um dos principais especialistas na área, Jesu Teodoro da Silva, com experiência em bancos cooperativos e em Cooperativas de Crédito. Ele foi um precursor em Goiás, como técnico do então Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), quando lidava com as entidades clientes e associadas, e como consultor no sistema nos primeiros momentos da retomada dessa forma de cooperação muito utilizada no mundo inteiro.
“Didático, numa linguagem muito acessível, rico em informações e escrito por uma pessoa que vivenciou o sistema cooperativista num dos principais momentos do Cooperativismo goiano, que foram os anos 80 do século passado, o livro é leitura obrigatória”, afirmou. Ressaltou que a obra serve tanto para cooperados, para melhor conhecer a história e como funcionam as Cooperativas, como para os técnicos e dirigentes, que terão uma visão abrangente dessa forma de cooperação. Um detalhe que chama a atenção e que considera fundamental, como enfatizou na obra, é a importância e a necessidade de um trabalho de educação cooperativista permanente, envolvendo principalmente os cooperados, para que, tendo informações, possam participar e serem ativos. “A educação cooperativista é essencial para o crescimento e fortalecimento do sistema cooperativista”, completou.
Um dos principais responsáveis pela situação atual do Cooperativismo de Crédito em Goiás e no Brasil, Jesu conhece muito bem o sistema cooperativista, que vivencia desde 1969, e nas mais diversas funções: ocupou cargos em setores diferentes e soube, ao longo do tempo, aproveitar cada oportunidade, exercendo cada função com muita competência e dedicação, o que o torna uma fonte viva dos acontecimentos na área. Ele começou como mensageiro numa Cooperativa de Produtores de Leite em Minas Gerais, passou pelo BNCC, no qual chegou à Gerência Regional, e voltou ao sistema. Depois atuou diretamente no recomeço do Cooperativismo de Crédito em Goiás, sendo Superintendente da Central criada para estruturá-lo, e executivo da Associação Nacional das Cooperativas de Crédito (Ancoop), que fez o trabalho de aglutinação das Cooperativas para fazer avançar um projeto nacional vitorioso.
Paulista de pais mineiros, começou ainda menino a trabalhar na área, primeiro como mensageiro em Igarapé, MG, e aos 16 anos no BNCC. Concluiu o Curso de Contabilidade em Belo Horizonte e fez carreira no banco: foi mecanógrafo, caixa, encarregado de serviços gerais, chefe de seção e de expediente, subgerente e Gerente, quando conheceu melhor o Cooperativismo e pôde contribuir para a estruturação desse sistema.
Na época do fechamento do BNCC ele estava na Agência de Goiânia e permaneceu no banco até 1991, sendo o último empregado a sair. Logo foi contratado para implantar a Central das Cooperativas de Crédito que tinha sido criada em Goiânia e precisava de pessoal com formação e experiência na área. A partir daí o quadro mudou, para melhor, e as Cooperativas de Crédito foram reconquistando seu espaço, de forma gradativa e segura.
Depois, Jesu colaborou na implantação da Cooperativa de Crédito dos Médicos de Goiânia, que tinha a sigla Unicred, na qual ocupou diversas funções e participou de muitas histórias importantes que somam na trajetória da hoje Sicoob Unicentro Brasileira, a maior da região.
Personagem dos principais momentos desse sistema nos anos 1990 e 2000, ele ajudou a escrever o livro, fornecendo informações, interpretações e orientações para a elaboração do texto final. Ao receber o seu exemplar, leu de uma sentada, curtindo cada episódio, rememorando cada momento que teve a sua participação, e aprovou o resultado. “Ficou excelente”, disse, ao reencontrar Jales, que conheceu quando Presidente da então OCG, nos anos 1980. “Você soube contar a história, valorizar cada momento, enfatizar a presença de Goiás nessa retomada do Cooperativismo de Crédito e mostrar a dimensão que esse trabalho tomou”, destacou, para apresentar seus cumprimentos pela obra. “Era necessário evidenciar o papel que Goiás teve, como tudo aconteceu, e você conseguiu de forma clara, didática, de fácil compreensão e gostosa de ler”, completou.