Já identificadas 14 gerações nascidas no Brasil, a família Naves está completando 375 anos em território nacional e se prepara para comemorar essa presença no Festival Cultural Naves Brasil, que acontecerá em Brasília, cuja data definitiva será anunciada neste mês. Idealizado num formato novo, pensado para possibilitar a participação de todos, e de todas as idades, terá quatro mostras dinâmicas e simultâneas.

Na Mostra Literária, lançamentos de livros, conversa com autores, contação de histórias, momento para organizar a árvore genealógica etc., reuniões para debater questões diversas, com fórum, palestras, mesas técnicas e roda de negócios. Na Mostra de Fotografia e Artes, os ancestrais e locais onde viveram, suas obras e álbuns de fotos.

Na Mostra de Cultura, Música, Dança, Teatro e Cinema, exibição de grupos de diversas regiões, de quem tem dom musical e artístico, encenação de peças teatrais etc. Na Mostra Gastronômica e de Turismo, a comida regional, as tendências da área, e a apresentação de uma nova Brasília e seus encantos, a partir de trabalhos daqueles que gostam e optaram por morar na cidade.

O mais novo integrante da família nasceu no sábado, dia 31 de maio: Yuri Naves Mori, 3,100kg, 50 centímetros, muito bonito e com muita saúde. Foi às 16h22, no hospital Mater Dei Premiun, na av. T-4, setor Bueno, em Goiânia. A mãe Mariana Machado Naves passa bem, na companhia do marido Luís Otávio Mori Lourenço, e ficaram no hospital no domingo. Nesta segunda-feira, dia 2, pela manhã, terão alta e vão para a casa dos avós maternos Heloísa Machado Naves e Jales Naves, para uma curta temporada de uns três meses.

Trajetória

A família Naves brasileira surgiu no início da segunda metade do século XVII, por volta de 1650, com a chegada ao país, naquele momento colônia de Portugal, do português João de Almeida Naves, que viveu em São Paulo. Nos primeiros 10 anos em terras brasileiras ele residiu inicialmente na então vila de São Paulo dos Campos de Piratininga, onde se casou, teve três dos 10 filhos com a brasileira Maria da Silva Leite, organizou-se economicamente e se relacionou na sociedade. Em função de uma guerra entre famílias, mudou-se para a vizinha Santana de Parnaíba, onde conquistou uma sesmaria, na qual se estabeleceu, ampliou seus relacionamentos, atuou no Setor Público e ingressou na área de mineração, seguindo os passos dos muitos amigos que adquiriu em sua longa estada em terras brasileiras.

Natural da vila de Fornos de Algodres, região de Serra da Estrela, atual distrito da Guarda, Bispado de Viseu, de 1624, ele veio ainda jovem e possivelmente já com a patente de capitão, como demonstrou, com estilo militar, ao exercer com rigor a função de Procurador da Câmara na vila que adotou para residir e trabalhar. Casou-se, em 1653, com Maria da Silva Leite, de família de destaque na Corte, sendo prima do desbravador e bandeirante paulista Fernão Dias Paes Leme, descobridor das minas gerais e do início do ciclo do ouro, que recebeu o título de “Governador das Esmeraldas”.

Filhos

Dos 10 filhos do casal pioneiro, sete se casaram com pessoas próximas, a maior parte atuando na área de mineração, o que favoreceu também o seu ingresso nessa atividade, que começou pelo rio Tietê, às margens do qual se ergueu a vila de Santana de Parnaíba. Ali, cidadão ativo e respeitado, teve uma gestão elogiada, por sua criatividade e preocupação com o bem-estar comum, como a limpeza das ruas e a construção de estrada para São Paulo.

A terceira filha, Joana de Almeida Naves, que nasceu na vila de São Paulo, em 1657, casou-se com Gaspar de Brito Silva, natural de Santos, SP; Maria de Almeida Naves, já de Santana de Parnaíba, em 1669, uniu-se a Francisco Bicudo de Brito, igualmente de Santos; Izabel da Silva Naves teve matrimônio com seu conterrâneo Vicente Gonçalves de Almeida; José de Almeida Naves casou-se com Maria de Araújo; e Florencia da Silva Naves se uniu ao vizinho Domingos Lopes da Silva, que nasceu em Macacu, hoje Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Turíbia de Almeida Naves casou-se com José Velho Moreira, nome de destaque na mineração; e a caçula Úrsula Pedroso uniu-se com o português Manoel de Matos Fragoso.

Dos dois primeiros filhos, Baltasar, de 1654, e João, de 1655, não se tem informações e nem foram citados no inventário aberto em 1715. Um terceiro filho, Luís de Almeida Naves, nascido em Santana de Paranaíba, em 1682, não se casou e morreu nas minas em que garimpava.

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