Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’ foi o maior colégio público dos anos 1960 no Brasil
Alunos do ‘Pedro Gomes’ homenagearam pioneiros
Foi uma noite memorável, de reencontros, excelentes conversas, boas lembranças, aproximações e uma oportunidade de rever, abraçar e beijar pessoas que não víamos há 50 anos, dos tempos em que frequentávamos o Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’, no bairro de Campinas. Nos bate-papos, descobrimos um dado excepcional, repassado pela professora Maria Conceição da Paixão (dona Zizi), que dirigiu a escola: o ‘Pedro Gomes’ foi o maior colégio público de sua época no Brasil, com mais de quatro mil alunos nos anos 1960, ofertando um ensino de qualidade, professores preparados e uma proposta pedagógica que o diferenciava dos demais, que marcaram essa época. Um brilho não divulgado e que foi possível identificar ao compararmos as escolas existentes, discutir dados e realçar nossas qualidades, que pouco eram divulgadas.
Um show musical na noite quente desta quinta-feira, dia 20, no Serendepity, reforçou a homenagem ao coronel Ademar Ângelo de Rezende, que tocou chorinhos com seu conjunto ‘Roendo Piqui’, cujo trabalho é justamente o de divulgar esse gênero de música popular e instrumental brasileira, o choro. Saxofonista que enviava seus acordes pelo salão, em suas apresentações com o conjunto ‘Fantástico 7’, no Goiânia Tênis Clube, ele serviu de modelo para quem gosta de música, como Wander Arantes, e aproximou casais que firmaram seu relacionamento a partir de suas canções, que encantavam a todos.
Cerimônia simples
Foi uma cerimônia simples, conduzida pelos próprios organizadores da festa, Wander Arantes e Jales Naves, mas carregada de fortes emoções, quando da apresentação de cada homenageado para receber a Medalha do Mérito ‘Somos Pedro Gomes’, conferida àqueles que participaram da vida dos jovens que frequentaram o colégio naquela época. A honraria teve esse propósito, de resgatar essas pessoas, ressaltar o papel que tiveram em sua formação e condecorá-las, num reconhecimento coletivo do importante papel que tiveram.
Símbolo de educação de qualidade em Goiás e com uma rica trajetória de boas realizações, o Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’ completou 70 anos neste 2018. Seus ex-alunos, gratos pela formação que tiveram e querendo preservar essa memória e a própria caminhada desse estabelecimento oficial de ensino, começaram um trabalho para escrever sua história e já firmam esse compromisso de resgate: criaram uma Medalha do Mérito e vão entregá-la anualmente, em reunião, para lembrar dos pioneiros.
Os primeiros 12 homenageados foram o médico Hélio Seixo de Brito; professores Lígia Maria Coelho Rebelo, Maria Conceição da Paixão, Horieste Gomes, Mary Yazigi, Modesto Gomes e Terezinha de Alencastro Veiga Lobo; ex-alunos Raymar Leite Santos, Romualdo Ferreira, Wander Borges e Vanderley Borges; Perseu Matias e Ademar Ângelo de Rezende.
História
O colégio foi criado por iniciativa do então secretário de Educação e Saúde do Estado, médico Hélio Seixo de Brito. Um dos fundadores da oposição em Goiás, representada pela União Democrática Nacional (UDN), partido que presidiu em nível estadual, ele ocupou funções de relevância. Uma das mais expressivas foi essa Secretaria no Governo de Jerônimo Coimbra Bueno (1947-1950), que depois desmembrou em duas, sendo responsável pela transformação, ampliação e renovação da instrução pública no Estado. Em 1948, quando Secretário de Educação, reestruturou o ensino, criando três colégios – um na cidade de Goiás, para compensar a retirada do Liceu da antiga Capital, outro em Goiânia e o terceiro no bairro que originou a Capital e era o mais populoso.
A instalação do Ginásio Estadual de Campinas, como explicou no livro “Cidadão e homem público”, coletânea de artigos e depoimentos organizada pelo filho Hélio Seixo de Brito Júnior, foi uma festa “das mais gratificantes, pois era a nossa resposta aos apaixonados adversários políticos, que não desejavam o meu sucesso na importante Secretaria da Educação. Para eles – demagogicamente – Campinas não comportava um estabelecimento de ensino daquele porte. A resposta está aí no tamanho do Colégio ‘Pedro Gomes’ e no benefício enorme que vem fazendo. É a prova de que estávamos certos e, por isso, o meu silêncio às críticas desonestas e insinceras”, afirmou no livro, lançado em 1999, ao comemorar seus 90 anos.
Valorização
O grupo, dando sequência às suas atividades, reconheceu o importante papel que o colégio cumpriu ao longo de seus 70 anos de existência. “Foi uma oportunidade para milhares de homens e mulheres terem uma formação para o exercício da cidadania e como profissionais, ao mesmo tempo em que reafirmava suas responsabilidades perante a sociedade”, afirmaram os coordenadores. “Hoje, quando muitos já completam seu ciclo de atividades, como cidadãos e como profissionais, consideram que é o momento de resgatar esse papel do ‘Pedro Gomes’, preservá-lo, realçá-lo e reconhecer o trabalho daqueles que, cumprindo suas obrigações, concretizaram essa missão”.
Dos 12 aprovados para serem homenageados, sete já faleceram (médico Hélio de Brito, professores Lígia Rebelo, Mary Yazigi e Modesto Gomes e ex-alunos Raymar Leite, Romualdo Ferreira e Wander Borges, como ainda seu irmão Vanderley Borges, que mesmo não tendo estudado no ‘Pedro Gomes’ fazia parte do ‘Somos Pedro Gomes’, pela afinidade com muitos dos integrantes do grupo) e cinco continuam na ativa (Professores Zizi da Paixão, 91 anos, Horieste Gomes, 85 anos, e Leleza Veiga Lobo, 91 anos, e dois amigos do grupo, pela ligação com o Goiânia Tênis Clube, onde foram realizados eventos memoráveis: Perseu Matias, 86 anos, que presidia o clube, e coronel Ademar Ângelo de Rezende, 81 anos, músico).
Os homenageados:
1 – Goiano da antiga Capital, nascido em 1909 e falecido em Goiânia em 2003, o dr. Hélio Seixo de Brito foi um exemplo de político, por sua honestidade, caráter, preocupação com o bem público, civismo construtor e uma ânsia irresistível de luta pelo bem geral contra explorações dos grupos de interesses particulares. Esses qualificativos estão no livro “Cidadão e homem público”.
Integrante da oposição em Goiás, representada pela UDN, partido que presidiu em nível estadual, ocupou funções de relevância, como a Secretaria de Educação e Saúde no Governo Coimbra Bueno, sendo responsável pela transformação, ampliação e renovação da instrução pública no Estado. Em 1948, quando Secretário, reestruturou o ensino médio em Goiás.
A instalação do Ginásio Estadual de Campinas foi uma festa, “a nossa resposta aos apaixonados adversários políticos, que não desejavam o meu sucesso na Secretaria importante da Educação. Para eles – demagogicamente – Campinas não comportava um estabelecimento de ensino daquele porte. A resposta está aí no tamanho do Colégio ‘Pedro Gomes’ e no benefício enorme que vem fazendo. É a prova de que estávamos certos e, por isso, o meu silêncio às críticas desonestas e insinceras”, afirmou no livro.
Foi Deputado Estadual pela UDN (1951-1955), Prefeito de Goiânia (1961-1966) e Superintendente da Organização de Saúde do Estado de Goiás (Osego). Quando Prefeito, fez história, tornando a Capital independente da tutela do Estado, conforme registrou o jornal “Folha de Goiaz”. Além do Código Tributário, procurou dotar a cidade de condições administrativas e técnicas sem depender do Governo estadual.
2 – Dinâmica, enérgica e muito focada no trabalho que realizava, a professora Lígia Maria Coelho Rebelo, que faleceu em 2016, aos 99 anos, teve uma trajetória sempre enaltecida por todos. Ela dirigiu por 12 anos o Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’, que era a principal instituição pública de ensino médio de Goiânia, um exemplo sem precedentes na história de Goiás. Lecionou no Colégio antes de ser diretora; foi nomeada em 1956, quando ainda era Ginásio Estadual de Campinas e tinha apenas 180 alunos; fez a transferência em 1959 para o novo prédio, na Vila Abajá, então com 400 alunos e a sua transformação em Colégio ‘Pedro Gomes’ em 1960, no governo de José Feliciano Ferreira (1959/61). Na época o colégio estava com mais de 1.000 alunos, inclusive o Curso Colegial.Em 1934, com 16 anos, ingressou no magistério, indo lecionar no Grupo Municipal ‘Professora Nhola’. Em 1935, com 17 anos, foi nomeada Diretora do Grupo Escolar “João de Araújo”, de Pouso Alto, e na cidade lecionou Psicologia na Escola Normal ‘São José’. Em 1937, em Piracanjuba, casou-se com o farmacêutico Percival Xavier Rebello.
Residiu em Santa Rita do Paranaíba, hoje Itumbiara, e em Rio Verde, onde lecionou. Em julho de 1951 a família mudou-se para Goiânia, quando ingressou no Grupo Escolar ‘Vasco dos Reis’. no Liceu, no Instituto de Educação de Goiás e no Ginásio Estadual de Campinas.
Em 1959, já no prédio da Vila Abajá, foi criado o turno vespertino, com mais de 400 alunos, além do matutino. Em 1960 o Ginásio foi transformado em Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’, já funcionando as quatro séries, com um total de 1.000 alunos e mais as três do Curso Colegial. Em 1961 foi criado o Curso Clássico, com as três séries.
Foi homenageada duas vezes pelos alunos, que deram seu nome ao grêmio estudantil e à Banda Marcial, que venceu a maioria dos desfiles escolares.
Em 1965, ano áureo do ‘Pedro Gomes’, o Colégio participou do campeonato de jogos escolares, sagrando-se vencedor em todas as modalidades de esportes, desfile escolar e 1ª classificação no Concurso de Bandas. Contava, então, com quatro mil alunos, 180 professores, 765 funcionários, tinha 47 salas de aula, laboratórios de Física e Química, Biblioteca, além de aulas de Datilografia, ministradas nos turnos matutino, vespertino e noturno. O esporte era animadíssimo em todas as modalidades. Ela deixou a direção em 1966.
3 – Vice-diretora do Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’ por 12 anos, na gestão da professora Lígia Rebelo, que substituiu, a professora Maria Conceição da Paixão (dona Zizi) ficou no cargo de diretora por apenas dois anos. Foi justamente nesse período, 1966, que aconteceu uma tragédia na escola: a morte de um policial no início da noite, depois de um dia tenso, a partir de ameaças de alguns estudantes de jogarem uma bomba na escola.Dona Zizi escreveu um livro, “Estímulos à vida e pensamentos”, editado em 2017, ao completar 90 anos. Na obra, há relatos de vida, reflexões e apontamentos, mas pouco acerca de sua trajetória, em especial na educação, e nenhuma citação ao fato negativo.
Goiana de Catalão, onde nasceu em l927, estudou no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, onde concluiu o Ginásio e o Normal, em 1944.
A primeira nomeação foi para o Grupo Escolar de Corumbaíba; depois, Grupo Escolar de Goiandira e em seguida mudou-se para a Capital, lecionando no Grupo Escolar do Instituto de Educação.
Seu pai, Inácio da Paixão, era ligado à União Democrática Nacional (UDN) e essa posição política interferiu em momentos de sua vida. No livro, afirmou que os políticos costumavam transferir professores para outra cidade ao necessitar de vagas para seus correligionários.
Ela fez os cursos de História e Geografia, na Universidade Católica de Goiás, e Direito, na Universidade Federal de Goiás, que concluiu em 1966. Foi presidente do Centro Acadêmico ‘Rui Barbosa’, da Faculdade de Filosofia, onde fundou o jornal “O Coruja”.
Na juventude teve vários flertes com rapazes, numa época em que os namoros se limitavam a furtivos olhares, à distância. Admirada por sua beleza, inteligência e vivacidade – o que afastava os homens –, casou-se uma única vez, e mesmo assim contrariou os pais e avós, que tinham outros pretendentes.
Casou-se com José Jeremias Mafra; na lua de mel, em São Paulo, descobriu que ele, viúvo, tinha três filhos menores: Bruno, Ernesto e Maria Cristina, que iriam morar com o casal. O marido foi nomeado Secretário-geral do Território de Rio Branco, hoje Roraima; seguiram para Boa Vista, onde moraram uns seis meses. Logo ficou grávida do primeiro filho e como a região não dispunha de maiores recursos na área médica, decidiu dar a luz em Goiânia, na companhia dos pais, e veio embora. O marido a acompanhou e não quis voltar mais para o território, passando a mexer com fazendas.
O casal teve três filhos: José Jeremias, Rosa Maria e Antônio Carlos, criados por ela sozinha. Certo dia o marido viajou e não mais voltou.
O magistério ocupou boa parte de sua vida. Trabalhou no Grupo Escolar ‘Vasco dos Reis’, Liceu, Colégio ‘Professor Pedro Gomes’, Instituto de Educação, Colégio Vera Cruz e no Colégio 5 de Julho.
Foi no ‘Liceu de Campinas’ onde ficou maior trabalho”, afirmou, lembrando que ali ingressou a convite da professora Lígia Rebelo, como ‘pro labore’. Lecionou as disciplinas Geografia, Filosofia, Psicologia, Orientação Ocupacional e Organização Social e Política Brasileira (OSPB).
A convivência entre dona Lígia Rebelo, como diretora, e dona Zizi da Paixão, vice-diretora, por 12 anos seguidos, não deve ter sido fácil. Ambas eram vaidosas, líderes, personalidade forte e convicções partidárias divergentes: uma, próxima do PSD, então no poder e que seguia a liderança de Pedro Ludovico; e a outra, ligada à UDN, oposição e que, em 1965, vencera as eleições para o Governo do Estado.
Não sei se houve estremecimento da amizade que as unia quando, no início de 1966, dona Zizi foi convidada pelo governador Otávio Lage para sucedê-la na direção do Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’. A indicação de seu nome foi do secretário particular do Governador, Genésio de Barros. Aposentou-se no cargo de Procuradora do Estado.
4 – Linguajar simples, meio prendendo a língua, um estilo próprio de dar aulas, com material especial, ilustrativo e muitas informações, o professor Horieste Gomes conquistava, desde a primeira aula, todos os seus alunos no Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’. Suas aulas eram movimentadas, pelo seu modo de conduzir os trabalhos e a preocupação em dar uma nova visão do mundo a partir da Geografia.Intelectual reconhecido, aos 85 anos continua produzindo – escreve mais quatro livros, atualmente. Já tem diversas obras publicadas, como “A saga do Atlético Goianiense”; “Reminiscências da Campininha”; “Cela 14”, sobre a ditadura militar, e “A produção do espaço geográfico no Capitalismo”, sobre estudos geográficos.
Autor de mais de uma dezena de artigos sobre variados temas e um dos principais intelectuais da renovação da geografia brasileira, ele nasceu em Igarapava, SP, em 1933. Em 1939, mudou-se para Goiânia, formando em Campinas o reduto dos Gomes/Bariani.
De descendência italiana, sua família tinha na atividade de serraria o modo de ganhar a vida. Dessa forma, auxiliou na construção de Goiânia. “Horieste também é filho de uma época, de uma sociedade e de um espaço”, escreveu o professor doutor Weder David de Freitas. “Ele nasce no período de profundas transformações ocorridas no território brasileiro”, disse. Bom leitor, sempre ganhava prêmios na escola pela prática da leitura. Também foi no colégio, por acaso, que desmistificou o fantasma do comunismo, como pode ser observado nesta passagem do seu livro “Caminhos para a (Re)construção do homem”: “Minha caminhada para o socialismo vem de berço, pois desde tenra idade comecei a aprender com o comportamento ético e moral dos meus pais a me pautar pelo respeito à pessoa humana. No decorrer da minha formação genética, ética e cultural; na labuta e disciplina no trabalho e no estudo; nos procedimentos de vivência social e, por presenciar, sentir e experimentar na própria carne as arbitrariedades e violências dos prepotentes foi crescendo na essência do meu ser o humanismo para com os meus semelhantes”.
Horieste fez os estudos superiores na década de 1950, formando-se em História e Geografia na Universidade Católica de Goiás. Lecionou no Liceu de Goiânia e integrou a equipe do Centro de Estudos Brasileiros (CEB), lecionando Geografia. Nesse período, aprovado em concurso, ajudou a criar o Curso de Geografia da UFG.
Apesar da grande ligação à ideologia comunista e da participação efetiva na prática revolucionária, só se filiou ao partido em 1964 – início da ditadura militar brasileira. Já nos quadros do partido, foi preso na década de 1970. Em seu livro “Cela 14”, relatou os interrogatórios a que foi submetido e afirmou que omitiu tudo, para preservar os companheiros.
Após cumprir sua pena, que tinha como acusação a subversão, foi com muita dificuldade para o exílio. A primeira estada foi na França, onde obteve a vaga de professor na Universidade de Vincennes, na periferia de Paris. Como não poderia ficar por muito tempo sem trabalho e conhecendo a expressa vontade da família de se juntar a ele, resolveu ir para a Suécia, conseguindo um emprego na limpeza de uma creche e na Universidade de Lund.
Quando regressou ao Brasil, com a lei da Anistia, conseguiu de volta os empregos que lhe foram retirados – professor da UFG e da UCG, recomeçando a vida acadêmica e política.
5 -Historiadora que ajudou na montagem do Arquivo Histórico Estadual, a professora Mary José Yazigi marcou toda uma geração de alunos, que a admiravam pela simpatia e cordialidade. Graduada em História e Geografia pela Universidade Católica de Goiás, com pós-graduação em Arqueologia pela Universidade de São Paulo, ela se dedicou à profissão que escolheu. No Serviço Público foi coordenadora do Sistema Estadual de Arquivos, da Secretaria de Cultura, e diretora do Patrimônio Histórico e Artístico de Goiás. Foi sócia titular do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.
Goiana de Pires do Rio, onde nasceu em 1933, em 1941 acompanhou a família na mudança para Goiânia, indo residir no bairro de Campinas. Estudou no Colégio Santa Clara, onde concluiu os cursos Primário, Ginasial e Normal.
Lecionou no Instituto Imaculada Conceição, no Colégio Santa Clara, no Grupo Escolar ‘Vitor Coelho’ e no Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’. Amiga dos alunos, foi madrinha de casamentos e de formaturas.
Mary Yazigi faleceu em Goiânia, no dia 11 de junho de 2010.
6 – Natural de Paraúna, Modesto Gomes da Silva mudou-se para Goiânia, fez Direito e História, trabalhou como serventuário da Justiça e como assessor do ex-governador Mauro Borges. Foi Diretor do Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado, com o secretário Jarmund Nasser.
Escreveu em jornais da cidade e foi um dos fundadores do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás, onde lecionou a disciplina ‘Teoria Literária’. Foi juiz (nas cidades de Pirenópolis e Mineiros, em Goiás, e Gurupi, no Tocantins), advogado, professor, historiador, jornalista e escritor (autor de 16 livros).
Quando lhe perguntaram o que ele achava de ter sido tantas coisas, respondeu: “Ainda bem que de modesto eu só tenho o nome”. Foi Presidente da Academia Goiana de Letras; escreveu e publicou, dentre outros, os livros “Um rio dentro dos olhos”, de contos, “História e Literatura”, sobre a história de Goiás, e “As contas do rosário”, de contos e crônicas, e deixou quatro obras ainda não publicadas.
A carreira do magistério sempre o fascinou. Ajudou a fundar em Paraúna, no fim dos anos 40, o Ginásio ‘Otaviano de Morais’, onde passou a dar aulas de História. Foi nessa época que começou a sentir o gosto pelos escritos e seguiu uma vocação natural. A curta experiência na política veio no tempo em que morava em São José do Turvo (hoje Paraúna), onde foi vereador.
Ocupou também o cargo de diretor do Arquivo do Estado e foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.
Modesto Gomes era casado com Ana Ferreira da Silva, com quem teve seis filhas: Maria Clara, Maria Marta, Maria Ordália, Maria Salrismélia, Maria Telma e Ana Carolina; deixou seis netos e três bisnetos. Faleceu aos 77 anos.
7 – A professora Terezinha de Alencastro Veiga Lobo (Leleza), 91 anos, goiana da antiga Capital, Vila Boa, mora na mesma casa em Goiânia desde 1946, quando se casou com o fazendeiro Norival de Oliveira Lobo. Em 1952 começou no magistério, ministrando Geografia no Ginásio Estadual de Campinas e acompanhou a mudança para a Vila Abajá. Depois, foi para o Tribunal de Justiça do Estado e para o Ipasgo, por onde se aposentou.
‘Leleza’ se lembra de bons momentos que passou nessa função e o bom relacionamento com os professores e alunos. No começo, acordava cedo, deixava as crianças organizadas e, vaidosa, se arrumava toda, inclusive colocando sapatos de salto alto. Às 6h30 tinha que estar no ponto de ônibus que ficava em frente ao Cine Teatro Goiânia; caso atrasasse perderia a jardineira, que seguia pela Av. Anhanguera até o bairro de Campinas.
Concluiu em 1957 o Curso de História e Geografia pela Universidade Católica de Goiás. Na época, o marido graduou-se em Direito.
Com sua experiência, ocupou também a coordenação, o que a fazia circular por todo o colégio, vistoriando as salas de aula, os corredores e demais espaços daquele enorme colégio.
Dentre as lembranças, a união e a força de vontade de professores e alunos quando caiu uma forte chuva na tarde antes de um desfile: todos se mobilizaram para recuperar o material, praticamente passando a noite toda reparando os carros, as alegorias e enfeites, para que o colégio não fosse prejudicado, e foi muito aplaudido por essa interação, como em família.
Sempre considerou o ‘Pedro Gomes’ o ‘melhor colégio da Capital, que ganhava as disputas intercolegiais, em especial sua fanfarra. Disse que a disciplina implantada por dona Lígia, o rigor nas cobranças, a busca de professores mais preparados e sua dedicação, quase que em tempo integral, foram fundamentais na liderança que o colégio assumiu e na sua projeção, em nível estadual. “Ela ‘largou’ a família, passava o tempo todo no colégio”, afirmou, para completar: “Era criativa, gostava demasiadamente do que fazia e passava entusiasmo aos servidores, técnicos e professores”.
8 – Estudioso, tendo feito dois cursos superiores ao mesmo tempo, Economia na Universidade Católica de Goiás e Geografia na Universidade Federal de Goiás, Raymar Leite Santos sempre se interessou pela educação. Em 1972, participou de um grupo de cinco professores universitários que criou e implantou um dos maiores projetos na área em Goiás, a Faculdade Anhanguera de Ciências Humanas, hoje Centro Universitário.
Goiano da antiga Capital, onde nasceu em 1945, ele fez o curso primário em Vila Boa e se mudou, aos 11 anos, para Goiânia. Ingressou no Ginásio Estadual de Campinas, em 1959 transformado em Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’, e participou da Banda Marcial ‘Lígia Maria Coelho Rebelo’, na qual tocou bumbo.
Casou-se com Joana Teresa Caldas Macedo, pedagoga, psicóloga e também professora universitária, coordenadora pedagógica do Centro Universitário Anhanguera e da área de Psicologia Escolar, que cuida dos alunos com dificuldades de aprendizagem. O casal teve duas filhas: Cristiana Macedo Leite Santos, administradora, e Ana Cristyna Macedo Santos Lobo, advogada. Ele faleceu neste ano, aos 73 anos.
Raymar conciliou o magistério superior com o trabalho na Emgopa, aproveitando sua experiência na área para trabalhar sua dissertação de Mestrado, sobre as mudanças na agropecuária e as novas tecnologias.
Participou da criação e implantação do Conselho Regional de Economia de Goiás e ficou com o registro nº 2 do CRE-GO.
9 – Produtor rural desde os 13 anos, atividade que desenvolveu por 59 anos e conciliou com a de empresário, advogado e corretor de imóveis, Romualdo Luiz Ferreira, que faleceu em 2017, teve uma vida agitada. Em 1967 já representava o Sindicato Rural de Goiânia, para conhecer pesquisas agropecuárias, em Portugal, Itália, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Espanha e Bélgica, e não parou mais, com fazendas em Goiás e Tocantins.
Mineiro de Sacramento, onde nasceu em 1945, aos dois anos de idade mudou-se para Goiânia. Casou-se com Mônica Chediak e tiveram três filhos: Melissa, psicóloga; Romualdo Júnior, administrador; e Rommel, bacharel em Direito. Fez o curso ginasial no Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’ (1963-64), onde concluiu o clássico; e o Curso de Direito na Universidade Federal de Goiás.
Romualdo Luiz foi empresário por 15 anos, advogado por 30 anos e corretor de imóveis por 37 anos. Em 1981 associou-se ao escritório Barcellos & Ferreira Advocacia Empresarial S/C; foi sócio fundador e diretor da Bolsa de Mercadorias de Goiás12), que presidiu em 1994.
No Serviço Público foi coordenador geral do escritório de Goiás da Sudeco; e vogal da Junta Comercial de Goiás. Representou Goiás em exposições agropecuárias, em 1977, no Paraguai, Uruguai e Argentina.
Presidiu o Sindicato Rural de Goiânia em dois mandatos, integrando a sua diretoria desde 1973, e participou da Federação da Agricultura do Estado de Goiás e Distrito Federal, desde 1972. Atuou na Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura desde 1977; no Clube de Diretores Lojistas de Goiânia desde 1983, e na Seção goiana da Ordem dos Advogados do Brasil.
Ganhou o título de ‘Comerciante do Ano’ (1964); e em 1967 ingressou na Ordem Maçônica, Azilo da Acássia, do Grande Oriente do Brasil.
9 – Produtor rural desde os 13 anos, atividade que desenvolveu por 59 anos e conciliou com a de empresário, advogado e corretor de imóveis, Romualdo Luiz Ferreira, que faleceu em 2017, teve uma vida agitada. Em 1967 já representava o Sindicato Rural de Goiânia, para conhecer pesquisas agropecuárias, em Portugal, Itália, França, Alemanha, Áustria, Suíça, Espanha e Bélgica, e não parou mais, com fazendas em Goiás e Tocantins.
Mineiro de Sacramento, onde nasceu em 1945, aos dois anos de idade mudou-se para Goiânia. Casou-se com Mônica Chediak e tiveram três filhos: Melissa, psicóloga; Romualdo Júnior, administrador; e Rommel, bacharel em Direito. Fez o curso ginasial no Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’ (1963-64), onde concluiu o clássico; e o Curso de Direito na Universidade Federal de Goiás.
Romualdo Luiz foi empresário por 15 anos, advogado por 30 anos e corretor de imóveis por 37 anos. Em 1981 associou-se ao escritório Barcellos & Ferreira Advocacia Empresarial S/C; foi sócio fundador e diretor da Bolsa de Mercadorias de Goiás12), que presidiu em 1994.
No Serviço Público foi coordenador geral do escritório de Goiás da Sudeco; e vogal da Junta Comercial de Goiás. Representou Goiás em exposições agropecuárias, em 1977, no Paraguai, Uruguai e Argentina.
Presidiu o Sindicato Rural de Goiânia em dois mandatos, integrando a sua diretoria desde 1973, e participou da Federação da Agricultura do Estado de Goiás e Distrito Federal, desde 1972. Atuou na Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura desde 1977; no Clube de Diretores Lojistas de Goiânia desde 1983, e na Seção goiana da Ordem dos Advogados do Brasil.
Ganhou o título de ‘Comerciante do Ano’ (1964); e em 1967 ingressou na Ordem Maçônica, Azilo da Acássia, do Grande Oriente do Brasil.
10 – Uma tragédia, involuntária, tirou a vida de um dos estudantes de melhor discurso que passou pelo Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’. Em 1965, Wander Borges da Costa, então com 20 anos e cursando o Clássico, estava na casa de amigos, na Vila Coimbra, aguardando outros colegas para irem estudar em Itumbiara. Um amigo decidiu manusear uma arma de fogo e, de repente, o disparo e o acidente, com a bala o acertando fulminantemente.
Natural de Piracanjuba, onde nasceu no dia 11 de janeiro de 1945, Wander mudou-se para Goiânia, para estudar e havia começado a trabalhar, há 15 dias, no Banco Luzzatti. Inteligente, muito estudioso e superativo, gostava de ler. Orador que se destacava, falava muito bem, de improviso, e escrevia poesias em espanhol. Seus colegas o homenagearam colocando seu nome no grêmio estudantil.
Passados 53 anos, quando o grupo ‘Somos Pedro Gomes’ resolveu se lembrar de professores, colegas e pessoas próximas, entregando-lhes a Medalha do Mérito, decidiu homenagear o seu irmão Vanderley Borges da Costa, que faleceu no dia 22 de março deste ano.
Goiano de Morrinhos, fez dois cursos superiores, ambos na Universidade Católica de Goiás: Administração de Empresas e Economia. Casado com Maria Luíza Estrela Costa, com quem teve cinco filhos (Simone, Valéria, Luciana, André e Ângela), trabalhou por 35 anos na Centrais Elétricas de Goiás, onde ocupou várias funções, e na Secretaria de Minas Energia.
11 – O Goiânia Tênis Clube foi, nos anos 1960, o principal referencial de lazer dos jovens do bairro de Campinas, abrigando em seu salão da Rua 220, na Vila Coimbra, as festas que marcaram essa época, como bailes de formatura, encontros memoráveis, quando nasceram muitos namoros que frutificaram em casamentos. Uma dessas festas foi a de apresentação dos elegantes uniformes da Banda Marcial do Colégio Estadual ‘Pedro Gomes’, na época uma das principais da Capital. O presidente do clube era Perseu Matias, que deu apoio às iniciativas dos estudantes e sempre abria as portas do Tênis para essas reuniões.
Goiano de Ipameri, onde nasceu em 1932, Perseu mudou-se para Goiânia em 1945. Fez o Curso de Odontologia na Universidade Federal de Goiás, onde conheceu Maria Hosanete Barbosa, com quem se casou e teve três filhos: Perseu Vaz, Marta Sueli e José Francisco. Fez ainda o Curso de Direito. Foi vereador pelo PSP à Câmara Municipal de Goiânia, e conquistou, por concurso, o Cartório da 1ª Escrivania Civil de Goiânia, por onde se aposentou aos 70 anos.
Político, foi secretário de vários Prefeitos, como Iris Rezende, que foi seu colega no Legislativo goianiense; Goianésio Ferreira Lucas, Índio do Brasil Artiaga Lima e Manoel dos Reis e Silva.
Desde 1980 reside com a família em chácara no Parque Anhanguera, onde criou a reserva ecológica particular Mangueira, a maior em centro urbano do mundo, com um alqueire de extensão. Foi toda arborizada a partir de quando ali se instalou e cada árvore foi plantada por uma autoridade, estadual ou municipal, que tem seu respectivo nome gravado em seu tronco.
Atualmente com 86 anos, é pecuarista, com fazenda em São Miguel do Passa Quatro, onde cria gado Nelore, Gir e Holandês.
12 – Goiano de Itumbiara, onde nasceu no dia 30 de maio de 1937, fez o curso ginasial no Ginásio Arquidiocesano dessa cidade do sul de Goiás e em 1957 ingressou na Escola de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Estado de Goiás, que concluiu em 1960, como Aspirante a Oficial. Seguiu a carreira militar e atingiu o posto de Coronel.
Músico, que tocava no Goiânia Tênis Clube e embalava, com seu saxofone, os jovens enamorados em seus sonhos, o coronel Ademar Ângelo de Rezende desenvolveu, paralelamente à carreira militar, uma atividade que sempre gostou, desde os 12 anos: a música. Estimulado pelo professor Joaquim Pinto Lara, das disciplinas ‘Português’ e ‘Matemática’, que gostava de música nas horas vagas, ele se envolveu com a arte. Nos anos 1970 criou o ‘Ademar e seu conjunto’ e, depois, o ‘Fantástico 7’. Atualmente, participa do grupo de choro ‘Roendo Piqui’, que divulga o chorinho.
No Governo Ary Valadão foi diretor do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
Lendo essa matéria, fico consternada por não ver no bojo do texto referências a alunas e alunos que realmente fizeram história no Pedro Gomes.Talvez com um pouco mais de pesquisa, as pessoas de real valor seriam lembradas. . Lamentável.