Ângela Naves com as filhas e netos

Morar nos Estados Unidos continua nos planos da advogada Ângela Naves de Oliveira, mineira de Uberlândia, que prossegue estudando inglês; agora, apenas lamenta não ter começado bem antes e hoje ter mais fluência, como exigem os novos tempos. No projeto mais imediato, passar pelo menos uma temporada de estudos para conhecer melhor o país e sua rotina. No momento, acompanha a evolução dos fatos, as mudanças que ocorrem em todas as áreas de atividades e a gestão do presidente Donald Trump para saber como se situar nesse novo quadro. Na rotina diária, concluiu a reforma da casa em Uberlândia, onde reside.

Sempre muita ligada à família, na quarta-feira, dia 2, realizou outro desejo: comprou cinco conjuntos dos livros publicados pela Editora Naves – “A história da família Naves no Brasil”, das professoras Maria Helena Fernandes Cardoso e Vicentina Naves Fernandes e jornalista Jales Naves, e “Árvore genealógica da família Naves brasileira”, do pesquisador Nilson N. Naves e jornalista Jales Naves. Um vai ficar com ela; outro vai presentear a mãe, Margareth Naves de Oliveira, que também mora em Uberlândia; e os outros três irão para as três filhas, todas uberlandenses: Marília, Mirela e Andressa Naves Barbosa.

Ela colocou na agenda participar do Festival Cultural Naves Brasil e já aguarda a definição de data e local.

Sonhos

         Com uma vida inteira voltada ao trabalho, a se aprimorar e oferecer oportunidades para as filhas se organizarem, Ângela foi uma batalhadora que venceu e colhe os frutos desse plantio. As três filhas estudaram, graduaram-se em áreas que escolheram e trabalham, ou criaram empresas, para colocar em prática essas habilidades.

Marília graduou-se em Comércio Exterior (Logística) pela Faculdade Uberlandense de Núcleos Integrados de Ensino, Serviço Social e Aprendizagem (Uniessa), trabalhou na área e agora está com o marido, Renan Gasquel Fernandes, na franquia Chef da Empada, já espalhada pelo Brasil – eles tem um casal de filhos: Emanoel, de 2018, e Jasmine, de 2022, ambos assinando Naves Gasquel; Mirela é bióloga pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e reside em Brasília, onde tem uma empresa de consultoria ambiental, inclusive realizando trabalhos de perícia; e Andressa formou-se em Marketing pelo Centro Universitário do Triângulo (Unitri), é diretora do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Uberlândia e casada com Victor Masson da Rocha Neves, paulistano, descendente de italianos, formado em Jornalismo pela UFU e com uma empresa, Seven, que atua com mídias sociais – eles tem um filho, Gael Naves Masson, de 2017.

História

         Antônio Naves de Oliveira, pai de Ângela, foi empresário em Uberlândia, com a Vidraçaria Triângulo, uma das maiores da cidade na época, e construiu, no fundo do lote onde tinha sua residência, uma casa para os pais dele, Sebastião Rodrigues de Oliveira e Amélia Naves de Oliveira. O avô, como se lembra, era um homem muito bonito e elegante, que chamava a atenção, e faleceu com uns 50 anos. Ele tinha uma barbearia no centro da cidade muito frequentada, que atendia políticos e empresários, e, sempre que chegava em casa, tinha um agrado para as netas, como as apreciadas balinhas.

A vidraçaria foi responsável pelo fornecimento e colocação dos vidros em importantes obras da cidade, como o primeiro edifício e o prédio da Rodoviária.

Ângela casou-se aos 18 anos com Sebastião Barbosa e Silva Júnior, sobrinho do sócio do pai na vidraçaria. A primeira gravidez, em 1988, não foi tranquila: Marina nasceu prematura, de seis meses, em parto normal, teve dificuldades e os recursos médicos, na época, não foram suficientes para salvá-la. Viveu apenas seis horas.

Os outros três partos foram normais e tranquilos: Marília chegou em 1989, Mirela em 1991 e Andressa em 1993.

Ângela fez Direito na UFU; o pai tinha começado o curso, mas não o concluiu. Em 1999 ela prestou o concurso público da Procuradoria de Justiça do Estado do Tocantins, foi aprovada para o cargo de assessora jurídica, tomou posse no início de 2000 e se mudou pra Palmas, TO, com as três filhas. Após um ano de trabalho, decidiu pedir exoneração e retornar para Uberlândia, porque percebeu que a adaptação delas estava difícil, não tinham a família por perto e eram pequenas.

Retornaram, quando pode melhor orientar as filhas e as incentivar nos estudos, ao mesmo tempo em que iniciou na advocacia, atuando na área civil, e mais recentemente deixou a profissão. Aposentou-se apenas da advocacia, para realizar novos planos. O exercício dessa atividade é “recompensadora e inspiradora quando superamos um problema e restabelecemos a paz de espírito ao cliente. A advocacia me deu uma capacidade de superação e uma boa compreensão do caráter humano”, afirmou.

Ela continua na área jurídica, atuando em mediação e arbitragem, por indicação de colegas advogados para mediar em processos arbitrais. “Na advocacia procurei resolver o conflito entre as partes mesmo nos processos judiciais e contenciosos. Sempre me pareceu o mais sensato facilitar a resolução dos conflitos pelo diálogo, respeito e empatia”, afirmou. Essa é uma área muito requerida atualmente no Brasil e nos EUA. “A mediação desafoga o Poder Judiciário e reduz os altos custos das ações judiciais para as partes”, completou.

Agora, com as filhas encaminhadas e já organizadas em suas vidas, retoma as vontades não realizadas e refaz os planos, já se preparando para executá-los.

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