Três exemplares foram doados para a biblioteca da entidade e outros 28 poderão ser comercializados, e gerar receita para a Academia
A Academia de Letras e Artes de Caldas Novas ganhou mais três importantes obras, da Editora Naves, para o acervo de sua biblioteca. No sábado, dia 27 de janeiro, o jornalista e escritor Jales Naves, que é sócio-correspondente da entidade desde 2015, esteve com a presidente Stella Maris Fleury, musicista, quando conversaram sobre os trabalhos da entidade e as iniciativas para este ano. A Presidente disse das ações que tem realizado, os planos, os contatos para conseguir uma nova sede e o convidou para a reunião de quarta-feira, dia 31, para comemorar os aniversários de novembro, dezembro e janeiro.
Jales aproveitou a oportunidade para entregar à Academia os exemplares de três livros: “Otávio Lage – Empreendedor, Político, Inovador”, de 2014, e “Cooperativismo de Crédito – Sua história em Goiás e seu protagonismo no Brasil”, de 2016, ambos de sua autoria, o segundo em parceria com o advogado tributarista Jales Naves Júnior; e “Contribuição à História da Imprensa Goiana”, de José Lobo, lançado originalmente em 1949 e que foi reeditado em 2017 pela segunda turma do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás (1969-1972), como parte das comemorações dos 45 anos de sua formatura.
Como Stella Maris – que é prima do escritor Bernardo Élis – disse das dificuldades financeiras da entidade,colaboramos doando 28 exemplares de livros para serem comercializados pela Academia, com renda em benefício da instituição. As obras foram levadas pelo escritor Luiz de Aquino, um dos fundadores da Academia e escritor dos mais respeitados e admirados em Goiás, e já estão à disposição dos interessados. As obras doadas: 10 exemplares do livro “Otávio Lage – Empreendedor, Político, Inovador”, oito de “Cooperativismo de Crédito – Sua história em Goiás e seu protagonismo no Brasil” e 10 do livro “Contribuição à História da Imprensa Goiana”.
Academia
A Academia de Letras e Artes de Caldas Novas foi fundada em 31 de agosto de 1990, por iniciativa do escritor Álvaro Catelan, para cultuar, zelar e difundir a língua portuguesa e a literatura brasileira. Inicialmente com 20 membros, atualmente possui 31 cadeiras, ocupadas por 20 homens e 11 mulheres. A maioria é constituída por escritores, sendo 14 homens e quatro mulheres. A minoria é de músicos. Dos 10 artistas plásticos sete, além de pintores ou escultores, também são escritores. Essa versatilidade é maior nas mulheres, na base de seis contra um.
Dos 31 membros, 20 residem atualmente em Caldas Novas e 11 em outras cidades; a maioria dos não residentes está em Goiânia. A Academia funcionou no Templo da Ecologia e das Artes (Teca), depois esteve no prédio da Câmara Municipal, e atualmente batalha para conseguir um espaço definitivo, conforme contatos já mantidos na Prefeitura Municipal e no Ministério Público, para legalização de uma área.
História de Caldas Novas, ao longo de 300 anos
Caldas Novas pertencia à Capitania de São Paulo quando Brasil era colônia de Portugal. Em 1722, época do descobrimento das suas águas termais, o Governo português, ávido pelas riquezas minerais, guardou-as para futuras explorações. Bartolomeu Bueno, filho de Anhanguera, andou pela região. Martinho Coelho, procedente de Santa Luzia (hoje Santa Cruz), deu-lhe a denominação de Caldas Novas de Santa Cruz.
Na parte oriental da Serra de Caldas, as suas fontes termais viraram história, com lances de lenda, coragem e perseverança. Conta-se que Martinho Coelho de Siqueira, numa de suas caçadas de animais silvestres, sentiu de perto a agonia dos seus cães. Em desabalada carreira eles passaram à sua frente como que atiçado por um fogo desconhecido, vindos da Lagoa Quente do Pirapitinga.
Nascia aí a primeira história das águas quentes de Caldas Novas, um arraial que virou cidade e hoje é a capital mundial das águas quentes. Liderados por Bento de Godoy vieram Orcalino Santos, Victor Ozeda Alla, João Batista da Cunha e outros. Eles chegaram à pequena vila que já começava a virar cidade a partir de 1900. A autonomia política, concedida a Caldas Novas, deu-se graças à solicitação destes à sede de Morrinhos. Em 1911, o presidente do Estado, Urbano Gouveia, no dia 5 de julho nomeou Bento de Godoy como presidente da primeira intendência, que foi instalada no dia 21 de outubro. Desde então, nesta data se comemora o aniversário de Caldas Novas.
Foi durante sua administração (1911 a 1915) que Caldas Novas tomou novo impulso para o desenvolvimento. A cidade crescia, graças à dedicação e grande força de vontade de Bento de Godoy, Orcalino Santos, Victor de Ozeda Allá, João Batista da Cunha, Joaquim Rodrigues da Cunha, José Teófilo de Godoy, Orcalino Costa, Josino Ferreira Brettas, Modesto Pires do Oriente, Joaquim Gonzaga Menezes, Luiz Gonzaga de Menezes, Orosimbo Correia Neto, Olegário Pinto, Orlando Rodrigues da Cunha (Mestre Orlando), Oscar Santos e Celso Godoy.No início da sua história, Caldas Novas foi subordinada a Santa Cruz de Goiás e mais tarde a Morrinhos. Em 1911, sob a liderança do coronel Bento de Godoy, Orcalino Santos, Juca de Godoy, Victor Ala, Josino Brettas, Orlando Rodrigues da Cunha e outros, iniciou-se um movimento político da população, que culminou com a sua emancipação.
Em 1915 foram realizadas as primeiras eleições municipais e, por subscrição popular, adquirido um casarão no largo da Matriz para abrigar os Poderes Executivo e Legislativo. Mais tarde esse prédio foi demolido e, em seu lugar, em 1960, foi construído o Cine-Teatro Caldas Novas, até hoje de propriedade da Prefeitura Municipal.
Em 1923, na administração de Juca de Godoy, Caldas Novas foi elevada da categoria de vila para a de cidade, iniciando novo surto de progresso.
Lagoa Quente de Pirapitinga
Em 1777, meio século após a primeira descoberta oficial das águas quentes, o paulista Martinho Coelho de Siqueira, que estava na região à procura de ouro e pedras preciosas, descobre, por acaso, a Lagoa Quente do Pirapitinga. Segundo os relatos da época, os seus cães estavam caçando um veado, quando caíram nas fontes termais e se escaldaram, fazendo grande barulho e chamando a atenção de seu dono.
Essa cena foi motivo de um quadro a óleo, pintado em 1862 por Félix Taunay, que se encontra no Museu da Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
O pintor Waldecy di Lima, residente em Caldas Novas, fez uma cópia do quadro, que está em exposição no Espaço Cultural da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Caldas Novas.
Martinho Coelho de Siqueira viu nas águas quentes um potencial de aproveitamento econômico e resolveu se fixar na região, solicitando ao Governo Central a concessão de uma sesmaria (gleba de terra com cerca de 40 quilômetros quadrados ou quatro mil hectares).
Construiu a sede de sua fazenda, onde hoje se situa o Serviço Social do Comércio (Sesc)) e é considerada a primeira casa de Caldas Novas. Na mesma época em que ele se fixava em Caldas Novas, ocorria a Revolução Francesa (1789) e o Brasil já fazia suas primeiras tentativas de independência, como a Inconfidência Mineira (1789). A casa onde residiu permanece no mesmo local. Sofreu algumas reformas ao longo do tempo e está bem conservada.
Balneário MunicipalO primeiro balneário de Caldas Novas foi construído em 1910, pelo major Vitor Alla. Era uma casa de banho particular, com metade das paredes construídas de adobe e a outra metade de tábua. Havia uma banheira grande com três canos, cada um com uma temperatura diferente, de 37ºC até 48ºC. As pessoas controlavam a saída da água de acordo com a temperatura que desejavam. Não se cobrava nada. Só tomavam banho a família do major Vitor e os amigos.
Em 1935, a casa de banho foi demolida para a construção de um balneário. A construção foi feita em sociedade de algumas pessoas de Caldas Novas, entre elas o empresário Ciro Palmerston. A partir daí, começaram a cobrar pelos banhos. Havia duas banheiras esmaltadas e três de cimento, cada uma com um grau de temperatura diferente, porque a água era captada de várias fontes.
O segundo balneário foi construído em duas etapas: a primeira em 1935 e a segunda em 1940, com vinte banheiras, desta vez desenvolvida a reforma pela Prefeitura de Caldas Novas.
Igreja Matriz
Construída em 1850, a Paróquia de Nossa Senhora das Dores é considerada a construção mais antiga de Caldas Novas.
Localizada no Centro da cidade, a Igreja Matriz, mesmo tendo passado por reformas, ainda retrata em suas paredes e colunas de madeira um pouco da cidade que ainda era Intendência, e que já mostrava traços de prosperidade.
CasarãoUm dos pontos turísticos mais valiosos de Caldas Novas é o Casarão, construção de 1908, que pertencia a Orcalino Santos (pai do sr. Oscar Santos), hoje pertence à Fundação Pedro Ludovico e ficou algum tempo sem atividade.
Um grupo de artesãos de Caldas Novas, liderados pelo sr. Mário Emídio, resolveu reabri-lo, reformando suas instalações e expondo seus produtos para venda. O Governo do Estado destinou verbas, promovendo sua reabertura.
Guardião da memória cultural e histórica
Oscar Santos é uma das figuras mais marcantes de Caldas Novas.
Dono do maior acervo particular de documentos e fotografias que registram a história da região, foi muitas vezes protagonista dos fatos e feitos importantes do município, e também o fotógrafo e o jornalista atento aos acontecimentos. Aos 90 anos, Oscar Santos tem muito o que contar.
TECA – Galeria de Arte
Criado com o objetivo de promover a educação ambiental, incrementar o turismo ecológico e incentivar a produção artística e cultural de Caldas Novas, o Teca é um local que congrega numerosas informações de interesse para os turistas.
No amplo salão de exposições do Teca há fotos da história da cidade e dos principais locais de passeio. Pode-se ainda conhecer o processo de formação das águas quentes, assistir vídeos sobre Caldas Novas, além de apreciar e adquirir obras de arte de artistas e livros dos autores caldasnovenses.
Fonte: http://aguasdaserra.blogspot.com.br/2005/10/historia-de-caldas-novas.html