Edivaldo Naves num garimpo (Foto do álbum de Lucivânia Pereira Naves)

 

         Curioso por natureza, sempre fazendo experimentos, Edivaldo Pereira Naves decidiu ser garimpeiro por achar que teria mais facilidade para ganhar dinheiro. Em sua trajetória, esteve em diversos garimpos pelo Brasil, conheceu sistemas de lavagem do minério e tornou-se um químico que aperfeiçoou uma forma de depuração do cascalho para retirar o ouro nele grudado. Um feito que lhe rendeu dinheiro para adquirir equipamentos mais apropriados e se especializar nessa difícil tarefa, num país que perde muito por não conhecer essa atividade, desde os primeiros momentos da exploração mineral, e investiu em pesquisa, buscando áreas mais promissoras.

         A solidão do garimpo e a vontade de expressar seus sentimentos deram-lhe uma segunda opção, para as horas vagas e quando estava entre os amigos: a de músico, que gostava de tocar violão, cantar, da convivência com as pessoas e de tornar esses momentos mais alegres.

Garimpeiro

Natural de Santa Terezinha de Goiás, região de garimpo de esmeraldas e onde seus pais se fixaram, ele viveu os primeiros anos entre sua cidade natal e Uruaçu. Estudou até o segundo grau.

Desde cedo decidiu que seria garimpeiro, quando organizou sua primeira incursão na área, indo procurar minério em Campos Verdes, município vizinho, onde tem muita esmeralda, e não mais parou, numa vida de cigano. Aos 13 anos comprou o seu primeiro carro, um fusca, do garimpeiro Tonhão Rico.

Em 1990 foi para Redenção, no Pará, para atuar nos garimpos de ouro, e descobriu que essa atividade rendia mais e mais rapidamente. Logo começou a trabalhar com Barbosa, mais experiente, com quem aprendeu a utilizar produtos químicos para melhor aproveitar os rejeitos minerais. O químico Sérgio Raimundo Borges lhe ensinou como utilizar essa técnica em laboratório, que aperfeiçoou. Logo se mudou da cidade, indo para Peixoto de Azevedo, MT, onde ficou até 1994, trabalhando em lixiviação de rejeitos de garimpo, junto com um colega de Santa Terezinha, Crisovaldo Menezes.

Dois anos em cada cidade, passou a ser o seu compromisso, período em que os concorrentes aprendem sua técnica e a disputa no garimpo passa a não compensar, e vai para outro local, em busca de melhores resultados. Passou por Matubá, Guarantã, procurando ouro. Em 1997 já estava no Tocantins, Natividade, onde montou sociedade com Pedro Baiano e tirou uns 10 kg de ouro.

Em 2000 mudou-se para Goianésia, garimpo dos Pirucas, no rio dos Patos. Dois anos depois estava em Altamira, PA, onde teve excelentes resultados, conseguindo extrair mais de 50 kg de ouro, quando comprou equipamentos, melhor se estruturou e passou a investir em pesquisa, buscando áreas promissoras.

Em 2004 esteve em Cachoeira do Piriá, extremo norte, divisa com Mato Grosso. Montou a mineradora Cipoeiro, em Centro Novo do Maranhão. No período, teve um filho, realizando seu sonho de ser pai. Depois, instalou a empresa de mineração Aldeia do Vale, na cidade de Goiás, com filial em Crixás, GO, onde trabalhou com seus irmãos Enivaldo, Lucivânia e Genivaldo.

Com a mãe Florisvalda, e os irmãos Lucivânia, Enivaldo e Genivaldo (Foto do álbum de Lucivânia Pereira Naves)

“Edivaldo foi, além de tio de meu filho Fernando Chaves Rodrigues Júnior, um grande amigo e pai por consideração. Meu filho trabalhou e morou com ele por uns anos, no Maranhão e em Goiânia”, lembrou a irmã Lucivânia Naves.

Como gostava de trabalhar na legalidade, em função dessa exigência sofreu perseguição de adversários.

Faleceu de covid, em abril de 2021, em Uruaçu.

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