Maria Luiza Naves com a filha Elvira Luiza, os netos Maria Luiza e Rodrigo Naves e a bisneta Bianca (Foto da neta Maria Luiza Naves)
O Santuário São João Bosco, conhecido como Santuário Dom Bosco, notável ponto de referência espiritual e arquitetônico de Brasília, que terá seu autor homenageado pelo Festival Cultural Naves Brasil, programado para este ano, recebeu uma visita especial na manhã de domingo, dia 19. A goiana Maria Luiza Naves, 103 anos, católica apostólica romana, aproveitou sua ida à Capital Federal para ir à missa e conhecer aquela obra projetada pelo arquiteto Carlos Alberto Naves, mineiro de Belo Horizonte, e ficou admirada com o que viu. Quando jovem, ela recebeu aulas de música do padre Pelágio Sauter na então vila de São Geraldo, que integrava o município de Goiânia, gosta de cantar e, ao final da visita, entoou algumas canções religiosas, para surpresa e aplausos dos presentes.
Esse santuário, conforme os registros sobre Brasília, “não é apenas um lugar de culto, mas também um testemunho dos sonhos visionários de São João Bosco, um santo italiano cuja visão profética desempenhou um papel significativo na fundação de Brasília”. O templo combina os princípios arquitetônicos modernistas com um profundo simbolismo espiritual, criando um ambiente impressionante e sereno para os visitantes.
Localizado no coração de Brasília, o Santuário São João Bosco é famoso por seus deslumbrantes vitrais, compostos por 7.400 peças de vidro de Murano que banham o interior em uma luz azul celestial. Esse elemento de design único, junto com outras maravilhas arquitetônicas, como o lustre central e a serena cripta que abriga uma relíquia de Dom Bosco, torna o santuário um destino imperdível para peregrinos e turistas. Ele teve a colaboração na obra de dois arquitetos: o seu irmão Cláudio Naves e Richard Lima.
Obras do arquiteto
O arquiteto Carlos Alberto de Vasconcelos Naves, conhecido como Betinho, marcou seu trabalho profissional em Belo Horizonte, onde residiu por muitos anos, e foi Presidente do Atlético Mineiro em 1968, em mandato de dois anos. Filho do ex-presidente do clube Thomaz Naves (1933-1938), foi eleito em dezembro de 1967 pelo Conselho Deliberativo com grande aceitação da torcida alvinegra. Arquiteto renomado, ele próprio projetou a Vila Olímpica do Atlético e o Parque Esportivo Thomaz Naves, duas obras então revolucionárias em Belo Horizonte.
Outro belo exemplar da arquitetura modernista, datado de 1971, projeto de autoria dele para a Construtora Castor, foi o edifício Casalbuono, localizado na rua Santa Rita Durão com rua Alagoas, no bairro Funcionários, e que se destaca pelo jogo de módulos em concreto que conformam paginações interessantes na fachada. As esquadrias e espaços vazados são oriundos da modulação e se encaixam harmonicamente nessas estruturas. O prédio está inserido no Conjunto Urbano Praça da Liberdade e Avenida João Pinheiro, que contempla diversas construções de extrema relevância no desenvolvimento da história da cidade.
Santuário Dom Bosco, em Brasília