Integrando a segunda geração dos Naves brasileiros, Florência da Silva Naves, que se casou em 1714, possivelmente em Santana de Parnaíba, SP, com Domingos Lopes da Silva, foi quem praticamente deu sequência à família no Brasil. Dos 10 filhos do casal pioneiro, o português João de Almeida Naves e a brasileira Maria da Silva Leite, que se casaram na vila de São Paulo, provavelmente em 1653, ela teve apenas um filho, a quem deu o nome do avô, João de Almeida Naves, que presumivelmente nasceu em 1715. Ainda não se tem datas definitivas sobre o nascimento de Florência, nem do seu casamento e do nascimento do filho.
É plausível afirmar que Florência nasceu em Santana de Parnaíba, para onde se mudou a família, no final da década de 1650, em função de briga de famílias na vila de São Paulo, onde os pais moravam, e que se casou com Domingos, que seria natural da região de Macacu, hoje Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em 1672, filho de Francisco Lopes da Silva e Maria Pereira. Foi o segundo casamento dele, que antes se unira a Maria Nunes de Abreu. O casal faleceu em Santana de Parnaíba, ela em 1740, quando foi feito o seu inventário.
Nessa época se iniciaram as expedições fluviais que mantiveram as comunicações entre as capitanias de São Paulo e de Mato Grosso, da segunda metade do século XVIII à primeira metade do século XIX, com importante papel na colonização do Centro-Oeste do Brasil, após o declínio das bandeiras. As primeiras monções começaram em 1718, quando o bandeirante Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro nas proximidades do sítio onde hoje se encontra a cidade de Cuiabá, MT. Em pouco tempo, outros sertanistas foram atraídos pela notícia, sobretudo da capitania de São Paulo. Como resultado, uma verdadeira corrida do ouro acabou por converter a região em um vasto campo de mineração.
Família de João e Luzia
Filho único de Florência Naves da Silva e Domingos Lopes da Silva, João de Almeida Naves, neto, casou-se com Luzia Moreira de Afonseca, natural de Taubaté, SP, filha de José Vieira da Cunha e Catarina Portes del Rei, ambos nascidos nessa cidade paulista, e faleceu em São João del Rei, MG, em 1780. João e Luzia integraram a terceira geração dos Naves brasileiros e tiveram oito filhos, nascidos em Lavras, MG, e que formaram a quarta geração.
A primogênita, Josepha, nascida em 25 de janeiro de 1754 e batizada em 13 de maio desse ano, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas, MG, teve como padrinhos João Moreira de Godoy e Ana Ribeira de Alvarenga.
A segunda, Florência Maria da Silva, nasceu em 01 de junho de 1755 e foi batizada em 7 de julho desse ano, também na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas; foram padrinhos: Manoel do Monte Guaso (com procuração de Bartolomeu Bueno do Prado) e Luzia da Cunha, mulher de Manoel de Afonseca Pinto; casou-se em 2 de agosto de 1786, em Lavras, com Francisco Dias Cravo, natural do Rio de Janeiro e tiveram cinco filhos. O primogênito, homônimo do pai, Francisco Dias Cravo, nascido por volta de 1790, em Lavras e falecido em 28 de junho de 1860, em Nossa Senhora de Nazareth (São João del Rei), MG, casou-se com Thereza Perpétua Alexandrina Rios, filha do capitão Manuel José Godinho, nascido em Portugal, por volta de 1745, e falecido em 13 de outubro de 1815, em Minas Gerais, e Anna Francisca Alexandrina da Silva Rios. Francisco e Thereza tiveram três filhos: Cândida Miquelina de Jesus (sobrinha), Rita Francisca de Jesus; e João Cravo, batizado em 20 de novembro de 1816, em São João del Rei, onde faleceu em 26 de janeiro de 1817. Os outros quatro filhos de Florência e Francisco: Cândida Miquelina de Jesus, Rita Francisca da Conceição, Joanna Maria da Conceição e Antônio Dias Cravo. Anna Francisca, mãe de Thereza Perpétua, era irmã de Francisca de Paula Rios, casada com Manuel Ferreira da Cruz e pais de Joaquina Cândida Ferreira, nascida em 11 de outubro de 1810, em Nossa Senhora de Nazareth, e que se casou com Miguel José Naves.
Terceira filha, Anna Angélica de Almeida foi batizada em 8 de fevereiro de 1757, igualmente na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas, sendo padrinhos João de Almeida Pedroso e Francisca de Moraes; casou-se nessa igreja em 20 de setembro de 1778, com Joaquim José dos Reis, natural de Prados, MG, onde foi batizado no dia 19 de janeiro de 1755, filho de Agostinho Marques, que nasceu em São Miguel de Souza, bispado de Coimbra, Portugal, e Bonifácia Gomes de Oliveira. Eles tiveram dois filhos: o primogênito recebeu o nome do pai, Joaquim José dos Reis, e Maria Joaquina da Encarnação. Joaquim José, filho, casou-se em 17 de setembro de 1804, na Igreja de Sant’Ana, em Lavras, com Antônia Mariana do Sacramento, filha de Antônio Joaquim Pereira e Tomásia Rosa da Silva.
Da mesma forma importante no prosseguimento da família Naves, como sua avó Florência, o quarto filho, João Naves Damasceno, nasceu em Lavras, onde faleceu em 30 de maio de 1831; casou-se em 24 de fevereiro de 1786, na Ermida de São Tomé, em Lavras, com Anna Victoria de São Thomé, nascida em Prados, por volta de 1761, e falecida em Bom Sucesso, MG, em 19 de maio de 1841, filha de Antônio João Teixeira e Maria Rita. O casal teve 12 filhos, que se espalharam pelo Brasil: Francisco de Sales Teixeira de Almeida Naves, João Brás dos Reis Naves, Miguel José Naves, Venâncio José Naves, Joaquim Dias de Oliveira Naves, José Francisco Naves, Antônio Manoel Naves, Manoel Antônio Naves, Maria Rita do Nascimento, Diogo José Naves, Ana Esméria Miquelina de Jesus e Prudenciana Maria de Jesus.
O quinto filho, Francisco de Almeida Naves, foi batizado em 28 de janeiro de 1763, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas, tendo como padrinhos João Gonçalves de Almeida e sua mulher, Juliana da Costa.
Sexta filha, Rita teve seu batismo em 9 de dezembro de 1764, da mesma forma na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas, sendo padrinhos Antônio Gomes da Silva, solteiro, e Maria de Araújo, mulher de Domingos Martins Bastos.
O sétimo filho, Manoel de Almeida Naves, foi batizado em 27 de novembro de 1767, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Carrancas; foram padrinhos o padre Manoel da Silva de Jesus e Margarida da Silva de Moraes, mulher de Reginaldo de Toledo Piza. Faleceu em São João del Rei, em 1º de julho de 1823.
Caçula, Bartholomeu de Almeida Naves se casou em 23 de dezembro de 1789, na Igreja de Sant’Ana, em Lavras, com Marianna do Espírito Santo, filha de Manoel Moreira da Rocha e Joanna Theresa de Serqueyra. Eles tiveram cinco filhos: primogênito, José foi batizado em 15 de agosto de 1796, em Boa Esperança, MG; o segundo, também José, teve seu batismo em 30 de novembro de 1800, em Coqueiral, MG, na Capela do Espírito Santo; Antônia Maria do Espírito Santo, nascida em Boa Esperança, casou-se em 2 de fevereiro de 1817, com José Joaquim de Mello, também de Boa Esperança, filho de Antônio Joaquim de Mello e Thomazia Rosa da Silva; Joanna Francisca de Paula Naves, nascida em Lavras, casou-se em 8 de junho de 1836, em Passos, MG, com José Gonçalves Chaves; e João, batizado em 21 de janeiro de 1808, em Coqueiral, na Capela do Espírito Santo, teve duas filhas, gêmeas, nascidas em Passos, MG, em 21 de maio de 1838: Guilhermina e Maria.