A Associação Goiana de Imprensa (AGI) completa 90 anos de fundação neste 2024 e começa as comemorações homenageando um de seus associados mais antigos ainda em atividade profissional, o jornalista Jales Naves, 74 anos. A Diretoria da entidade decidiu entregar-lhe o título de Sócio Benemérito, “pelos relevantes serviços prestados a Goiás e à AGI” nesse período, em sessão especial que realizará na próxima sexta-feira, dia 28, às 9h, na Casa Rosada de Goiânia, sede do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, na rua 82 nº 455 – setor Sul.

Profissional que sempre se destacou em seu meio, nas entidades em que atuou e nas empresas em que trabalhou, ele está completando 56 anos de dedicação ao Jornalismo e 55 à AGI. Começou na profissão ao ser admitido, em 11 de junho de 1968, como repórter na Rádio Brasil Central, e depois passou para a Agência Goiana de Notícias (AGN), ambas do Consórcio de Empresas de Radiodifusão e Notícias do Estado (CERNE), onde dirigiu programas da TV Brasil Central.

Em novembro de 1968 ingressou na AGI, participando de quatro diretorias – Diretor-Secretário (1982/85), Presidente em dois mandatos consecutivos (1985/1991) e Presidente do Conselho Deliberativo (1991/94). Em suas duas gestões à frente da Associação, dinâmicas e produtivas, realizou o Concurso AGI de Reportagens, com a promoção de quatro edições, e lançou o Projeto Goianidade, de união de todos os setores para lutar por uma pauta comum em benefício de Goiás.

Estudante

                A Universidade Federal de Goiás criou, em 1968, o seu Curso de Jornalismo e já no ano seguinte, 1969, Jales passou no vestibular e ingressou na UFG. Como estudante, participou da produção do documentário sobre os XX Jogos Universitários Brasileiros, disputados em Goiânia, em 1969; elaborou artigos para a revista “Informática”, do Departamento de Comunicação Social do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UFG, e para o livro “Aspectos da Cultura Goiana”, antologia de artigos organizada pelos professores Ático Vilas Boas da Mota e Modesto Gomes da Silva; e foi o editor da terceira edição do jornal-laboratório “O Foca”, do Departamento de Comunicação Social do ICHL/UFG, sobre o movimento cultural em Goiás, representando o corpo discente, em abril de 1972.

Participou de congressos e reuniões em universidades pelo país e foi um dos fundadores do Centro de Estudos de Comunicação, no âmbito da UFG, em Goiânia, em 1972; eleito primeiro Presidente do CEC, realizou o I Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação, de 1º a 4 de novembro, no Colégio Universitário; e produziu o “Documento de Goiânia”, anais desse I Encontrão, pela Editora do Livro Goiano, em 1973, entregue ao Ministério da Educação e Cultura em Brasília.

Pós-graduação

Como concluiu em dezembro de 1972 o Curso de Jornalismo, que ainda não era reconhecido pelo MEC, obteve uma declaração da UFG de que concluíra sua formação. O documento lhe permitiu conquistar a bolsa de estudo da Organização dos Estados Americanos (OEA) e participar do XIV Curso Internacional em Ciências da Informação Coletiva, em Quito, Equador, de 16 de julho a 14 de setembro de 1973, no Centro Internacional de Estudos Superiores de Periodismo para América Latina (CIESPAL).

No ano letivo 1977/78 fez a parte teórica do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Louvain, em Louvain-la-Neuve, Bélgica, em nível de pós-graduação. Em 1989 concluiu o Curso de Especialização em Administração de Cooperativas, com 540 horas/aula em 18 módulos, pela Universidade Católica de Goiás / Coordenação de Pós-Graduação Lato Sensu, em Goiânia.

 

Profissão

Conciliando estudos e prática profissional, Jales continuou na AGN, que depois foi transformada em Agência Goiana de Divulgação, onde ocupou as principais funções na atividade jornalística: Repórter, Redator, Editor, Secretário de Redação e Redator-Chefe. Ao mesmo tempo, começou a trabalhar em jornais, passando pelo “Tribuna de Goiás”, em 1969, como Repórter; “Folha de Goiaz”, setembro de 1969 a julho de 1970, Repórter, e de maio a junho de 1976, como Chefe de Reportagem; “O Popular”, setembro de 1970 a março de 1974; e “Cinco de Março”, semanário, agosto e setembro de 1978. Foi Redator-Chefe da revista “Material – Preços e Obras”, especializada em construção civil, com circulação dirigida para Goiânia e Brasília, 1972; e colaborador da revista “Leia Agora”, de Goiânia, GO.

Na redação da “Folha de Goiaz”, em 1969 (Foto do arquivo pessoal)

Coordenou a comissão organizadora da Cooperativa dos Jornalistas de Goiás Ltda. (Projornal), foi um dos fundadores, integrou o Conselho de Administração na primeira gestão; Presidente no biênio 1981/83; Coordenador da Divisão de Jornalismo e membro do Conselho Editorial do “Jornal de Deboche”, ambos da Projornal. Representou a Cooperativa na Organização das Cooperativas do Estado de Goiás, ficando na direção da entidade por 11 anos, a partir de julho de 1979, ficando dois mandatos na Presidência e outros na Superintendência, deixando-a em maio de 1990.

Publicou a revista/gibi “Romãozinho” (oito edições), em 1987; o “Jornal do Trânsito”, de março de 1999 a junho de 2002; e a “Família Naves em revista”, de setembro de 2006 a 2008 (nove edições).

Diretor do Departamento de Assistência ao Cooperativismo, da Secretaria da Agricultura do Estado de Goiás, de 1983 a 1986, foi Assessor de Comunicação da Secretaria do Governo e Justiça do Estado de Goiás (1992/94), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Goiás (1995/97) e do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), em 1998 e 1999. Retornou ao CERNE em 2002 e assumiu a função de Produtor Jornalístico na TV Brasil Central, onde produziu o programa “Opinião em Debate” e, posteriormente, Produtor e Diretor do programa “Roda Viva Local”. Foi Assessor de Imprensa da Universidade Católica de Goiás, de junho de 2001 a 2010, lotado no Gabinete da Reitoria da instituição.

Superintendente Executivo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), em 2014, ocupou interinamente a titularidade da SEMARH; e foi Secretário Executivo do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMAm) de Goiás, em 2014.

Sócio correspondente da Academia de Letras e Artes de Caldas Novas (Alacan) em 2015; por aprovação unânime dos acadêmicos, tornou-se sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás; sócio honorário do Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis para os Povos do Cerrado (ICEBE); e em 2020 foi eleito para a Cadeira nº 30 da Alacan.

Escreveu e publicou três livros: “Otávio Lage – Empreendedor, Político, Inovador”; “Cooperativismo de Crédito – Sua história em Goiás e seu protagonismo no Brasil”, em parceria com o advogado tributarista Jales Naves Júnior; e “A história da família Naves no Brasil (1655-1945)”, em parceria com as professoras Maria Helena Fernandes Cardoso e Vicentina Naves Fernandes.

Jales e Heloísa, com os filhos Rossana, Jales Júnior e Mariana, ladeando a mãe dele, Maria Luiza Naves

Casado com a bióloga e professora universitária Heloísa Machado Naves, mineira de Ituiutaba, que se destacou pelo trabalho no magistério superior e na pesquisa científica na UFG, eles têm três filhos goianienses: Rossana, graduada em Direito, casada com o engenheiro Rodrigo Costa Machado, com quem tem duas filhas, Antonella e Gisella; Mariana, graduada em Relações Internacionais e professora de inglês e espanhol, casada com Luiz Otávio Mori Lourenço; e Jales Júnior, advogado, especializado em Direito Tributário.

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