Há tempos venho defendendo uma discussão sobre o papel da Associação Goiana de Imprensa (AGI). Entidade histórica, que cumpriu um papel de grande importância na construção da sociedade goiana, ultimamente tem sido vítima de muitos ataques e poucas defesas.
Agora, quando o processo sucessório foi deflagrado, com a publicação do Edital de Convocação da Assembléia Geral para renovação dos dirigentes, no dia 20 deste mês, o assunto, mais do que antes, se torna oportuno e necessário.
A sucessão é uma chance ímpar para se rediscutir a entidade, avaliar o que tem realizado e programar as suis ações, de modo a que possa retomar o seu caminho.
Mais do que discutir nomes é fundamental, hoje, que façamos essa avaliação do que é e do que deve ser a AGI.
Na verdade, a AGI não perdeu espaço com a criação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, e sim com a desarticulação dos jornalistas, que têm deixado as suas entidades perderem seus espaços, ao longo do tempo, mesmo que, em determinado momento, tenham valorizado algumas dessas associações. A AGI sempre representou mais do que uma associação de pessoas que trabalham nos meios de comunicação, sejam proprietários ou assalariados. Seus vínculos, nesse período, sempre foram fortes, ainda que pudesse realizar, também, atividades promocionais e sociais.
A AGI tem muito a realizar e muito espaço a ocupar,. Basta que os associados assim o decidam.
Um exemplo: quando lançamos, há quatro anos, o Projeto Goiás, a intenção era colocar a AGI na vanguarda de uma grande campanha para resgatar os valores de Goiás, levantar as grandes questões estaduais e lutar por uma organização maior da sociedade goiana, para criar novos e mais eficazes canais de comunicação entre a sociedade e todos os segmentos. Faltavam e faltam lideranças em todas as áreas.
Defendíamos, à época, o estabelecimento de uma pauta única de reivindicações e em torno dela a união de todos is segmentos sociais, econômicos e políticos, numa luta integrada em prol do Estado e de suas prioridades.
Falta essa liderança, acima de partidos, de grupos e de segmentos, para chamar a todos para esse trabalho por Goiás. E um papel que cabe à AGI, pela sua história e por tudo que representou e representa em Goiás.
É por isso que, mais do que nomes, é importante que se discuta um novo projeto para a AGI e para Goiás, que faça dela uma entidade da sociedade civil, articulando com todos os segmentos e lutando por Goiás.
Se considerarem que é importante discutir nomes, indico um, que se sobressaiu quando lançamos o Projeto Goiás. Vice-presidente da AGI naquela gestão, o jornalista Reynaldo Rocha assumiu o espírito do projeto, com interesse, entusiasmo e preocupação com essas questões, habilitando-se para dar seqüência ao trabalho. Hoje, defendo Reynaldo como o nome ideal para recuperar o Projeto e dar uma nova guinada à AGI, reocupando seu espaço na sociedade goiana.
Na situação como está, hoje, sendo agredida por todos os lados e sem um projeto mais abrangente, a AGI não tem função.
Presidi a AGI em dois mandatos.
(*) Artigo originalmente publicado no jornal “Diário da Manhã“, de Goiânia, GO, edição de 04.03.1994, p. 2.