Jales levou os exemplares dos livros para Maria Geralda (Foto de Marcelo Naves Amaral)

Professora primária formada no Instituto de Educação de Goiás, o colégio de mulheres em Goiânia em sua época, pois os homens preferiam outra atividade, Maria Geralda Naves Amaral aposentou-se em sua profissão, depois de 30 anos em salas de aula. Tem boas lembranças do IEG, do Curso Normal / Magistério, da qualidade do ensino público e da produtiva e rigorosa formação escolar naquele momento. As alunas prestavam vestibular para a área que quisessem e se saíam bem, sendo aprovadas para os mais diversos cursos, como o de Medicina.

Casou-se aos 19 anos, em 1965, e procurou, como o pai, Sebastião Clementino Naves, valorizar a educação, a formação profissional dos filhos, e conseguiu bons resultados.

Maria Geralda teve cinco filhos. Destes, quatro se formaram em Direito – o mais velho é desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás; o segundo segue a carreira de advogado; o terceiro passou em concurso e é Oficial de Justiça, e a quarta decidiu seguir sua vocação e se tornou empresária. A quinta, que faleceu aos 33 anos, formou-se em Análise de Sistemas.

Viagem

Mineira de Monte Carmelo, Maria Geralda veio com os pais e irmãos, em 1951, de mudança para Goiás, numa longa viagem de três dias, em estradas sem asfalto, de caminhão, conduzido pelo tio materno Genésio do Carmo. A primeira parada não foi muito distante, Estrela do Sul, MG, terra de sua mãe, Otávia do Carmo, onde ela tinha fazenda. A estrada não era asfaltada, e as quatro crianças preferiram a carroceria, pegando o vento e, também, a poeira. Hoje, entre Iraí de Minas, onde moravam, e Estrela do Sul, são 52,3 km pela rodovia MG-223, toda pavimentada. No segundo dia andaram distância três vezes maior, 153,1 km, entre Estrela do Sul e Corumbaíba, GO, passando pela tradicional Araguari, pela mesma MG-223, em Minas, e pegando a rodovia GO-139, onde pernoitaram. No terceiro dia venceram distância um pouco maior, de 254 km, entre Corumbaíba e Nerópolis, GO, destino final, pelas rodovias GO-149 e BR-352.

A mudança para Goiás foi uma oportunidade para melhorar de vida. Sebastião Clementino vendeu as terras que tinha no Triângulo Mineiro, ficou com o gado e trouxe umas 30 reses nessa viagem.   Primeiro se ins­talou em Nerópolis, GO, uns 40 km de Goiânia. Depois, olhou na região algumas terras para com­prar, sempre argumentan­do que queria uma fazen­da que ficasse próxima de cidade, para que seus filhos pudessem estudar. A opção foi por Jaraguá, onde comprou uns 90 alqueires, que denominou Fazendi­nha, para criar gado, umas 200 reses, em média, e plantar roça (arroz, feijão e milho), mais para consu­mo. Ali ficou oito anos, de 1953 a 61; os filhos com­pletaram o ginasial e eles voltaram para Nerópolis.

Trajetória

Maria Geralda fez o ginasial no Ginásio Arquidiocesano de Jaraguá e se mudou, com a irmã Nilma, para Goiânia, para fazer o magistério no IEG e conquistar o diploma de professora primária. Aos 19 anos aconteceram duas mudanças em sua vida: começou a lecionar no Grupo Escolar José Valente, em Nerópolis, e se casou com Altamiro Rodrigues Amaral, natural de Anápolis, agente fiscal e que tinha sido político em Nerópolis, exercendo dois mandatos de vereador; Presidente da Câmara Municipal, assumiu a Prefeitura por seis meses, diante da cassação do Prefeito e do Vice.

Quando se mudaram para Goiânia lecionou, de 1968 a 1989, na Escola Estadual Presidente Kennedy, no setor Universitário. Conciliava a função de mãe e professora, numa época em começaram as grandes transformações no mundo e a mulher passou a conquistar seu espaço.

Altamiro faleceu aos 57 anos, em 1992,.de infarto, deixando-a, aos 46 anos, com cinco filhos, a caçula com 15 anos.

O filho mais velho, Átila, faz brilhante carreira no Judiciário, inclusive tendo presidido a Associação dos Magistrados de Goiás; casou-se com Luciana Gualberto da Silva, goianiense, psicóloga, e eles tem dois filhos: Rafael, advogado, casou-se em julho deste ano com Isabela, também psicóloga; e Pedro, empresário. O segundo, Marcelo, é advogado, casado com a também advogada Leônia Barato, gaúcha de Rondinha; eles tem uma filha, Catarina, goianiense. O terceiro filho, Cristiano Naves Amaral, advogado, é Oficial de Justiça concursado, casado com Elba Gonçalves Guimarães; eles tem um casal de filhos: Vitor e Alice Guimarães Naves Amaral. Quarta, a filha Eliane graduou-se em Direito, mas preferiu ser lojista; é casada com o empresário Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho, que teve uma concessionária de veículos, presidiu a Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia e atualmente trabalha numa concessionária de energia elétrica; eles tem três filhas: Helena é arquiteta; Mariah é dentista e se casou com o médico Eduardo Camargo, em junho deste ano; e Luiza faz Medicina em Brasília. A caçula, Alana, que faleceu em 2011, casou-se com Paulo Guimarães Gontijo.

Livros

         Tão logo foi anunciado o lançamento dos livros “A história da família Naves no Brasil (1655 a 1945)”, das professoras universitárias Maria Helena Fernandes Cardoso e Vicentina Naves Fernandes, com a participação do jornalista Jales Naves, e “Árvore genealógica da família Naves brasileira”, do economista Nilson N. Naves, também com a participação do jornalista Jales Naves, Maria Geralda Naves foi dos primeiros a fazer o pix adquirindo os dois exemplares.

Na tarde desta quarta-feira, dia 21, o jornalista Jales Naves esteve em sua residência para entregar os dois exemplares, devidamente autografados.

Maria Geralda está entusiasmada com o anúncio do Festival Cultural Naves Brasil em Brasília, em 2025, e já se prepara para formar uma delegação de seu núcleo familiar para marcar presença no evento.

Anúncio dos dois livros, 2024

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