Produção de energia e piscicultura

Triton comemora bons resultados de 
PCHs, com missa para São Geraldo

Empresário ousado e determinado, o geólogo Sevan Naves foi pioneiro na implantação de Pequena Central Hidrelétrica (PCH) quando o Governo Federal, depois de 60 anos sem atuar na área, propiciou uma abertura ao setor. Foi no início dos anos 2000, quando a Triton Energia apresentou seu primeiro projeto, a PCH Mosquitão, com capacidade para a produção de 30 MW, no rio Caiapó, região Oeste goiana. Agora são mais duas PCHs em funcionamento, Rênic (16 MW) e Tamboril (29 MW), e investimento numa segunda área, a piscicultura, já com produção de 16 toneladas/mês de tilápia.

Missa para São Geraldo na capela do rancho Triton: Maria Luiza Naves, padre Pedro e Sevan Naves
Missa para São Geraldo na capela do rancho Triton: Maria Luiza Naves, padre Pedro e Sevan Naves

            Para comemorar os excelentes resultados obtidos, Sevan começou, há 11 anos, uma celebração, que já se torna uma tradição, para lembrar a data de falecimento do santo de sua devoção, São Geraldo Magela: a missa na capela que construiu no rancho Triton, às margens do lago que movimenta a PCH Mosquitão, no município de Arenópolis.

No sábado, dia 13, a capela ficou pequena para receber os seus convidados, como o juiz federal em Goiás Abel Cardoso Morais, o prefeito Ovarci Vilela Faria, do MDB, e o ex-prefeito Orestino Vilela; técnicos que atuaram no processo de construção das PCHs, familiares e amigos. A celebração ficou a cargo do padre Pedro, da Paróquia de Jussara e integrante da Congregação de Nossa Senhora da Salete, que conquistou a todos pela simpatia e simplicidade; levou com ele amigos e integrantes da fundação Univida, de assistência social, coordenada por Maria Joaquina.

O ritual foi mantido: Sevan entrou com a imagem de São Geraldo, seguido pela sua mulher, Ana Maria, com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, e as colocaram na mesa, que ficava atrás do celebrante, que deu início ao ato religioso. As cadeiras e bancos foram ocupados, com algumas pessoas ficando do lado de fora, e o conjunto ‘Os Cantores de Cristo’, de Orizona, GO, ganhou um espaço especial, com cobertura de lona; estavam lá, distribuindo seu CD, os músicos Demival Tavares, Welson Tavares, Antônio Marçal, Terezinha Marçal (vocal), Joaquim Moreira, Bará e Nilson Lima. Foi a nona exibição do grupo, que deixou de ir à celebração apenas duas vezes.

Mãe do empresário, dona Maria Luiza Naves, 97 anos, que tem ido a todas as celebrações, novamente cantou a música dedicada a São Geraldo.

Potencial hidrelétrico

PCH Mosquitão

A Triton já inventariou o potencial hidrelétrico de 11 rios do Estado de Goiás, para identificar, formatar e viabilizar o aproveitamento de novas PCHs.

Em 2017, em caráter pioneiro, concebeu o projeto de integração e compatibilização sinergética da geração de energia fotovoltaica com a hidráulica, implantando, na PCH Rênic, a Planta Fotovoltaica de 5 MW, aproveitando o sistema de conexão e transmissão dessa central.

Já programa a construção das PCHs Jacaré (26 MW), Complexo Cocal (45 MW) e Araras (6,6 MW).

Nesse processo, fecha estudos para reativar 10 CGHs antigas e desativadas, em parceria com a estatal Celg, num total de 15 MW, além de complementariedade com as Plantas Fotovoltaicas em cada uma. Estão sendo mantidas negociações com a renomada fábrica e fornecedora chinesa da Chint – Zhejiang Chint Electrics Co. Ltd.

Paralelamente à geração de energia e no programa ambiental de múltiplos usos dos lagos dinâmicos das PCHs, que já atingem cerca de 1.800 hectares de lâmina d´água, a Triton montou piscicultura de tilápia, que chegará, em breve, a 100 ton/mês.

Jales Naves e Heloísa Machado no pier do rancho Triton

Devoção e milagres

 

            A devoção do empresário a São Geraldo remonta à bisavó, Maria Luiza de Jesus (Vó Iza), que, ao se casar com Francisco de Paula Ramos (Chico Rosa), em 1925, mudou-se de Trindade, onde residia, para o povoado que estava nascendo a partir da fazenda Boa Vista e que receberia o nome do santo. Muito católica, ela conhecia padre Pelágio Sauter e o acolhia em sua casa no lugarejo, acompanhando-o quando passava em viagem de desobriga pelas fazendas, para celebrar missas, casamentos, batizados, doutrinação etc. Depois, seu pai, José Rodrigues Naves Júnior, igualmente muito católico, também se tornou devoto de São Geraldo e apoiava todas as iniciativas na igreja do povoado, que ajudou a se emancipar em 1958 como Goianira.

            Um dos santos mais populares do Brasil, famoso por seus dons sobrenaturais, São Geraldo nasceu no dia 6 de abril de 1726, na pequena cidade de Muro, ao sul da Itália, de família humilde: o pai, Domingos Magela, era alfaiate, e a mãe, Benedita Cristina Galela, dona de casa, que o introduziu na missão religiosa. O casal teve cinco filhos e o irmão mais velho, que tinha o seu nome, faleceu ainda pequeno; perdeu o pai aos 14 anos.

            Desde criança ele realizava grandes prodígios, promovia procissões até a igreja da cidade, e várias vezes, durante a peregrinação, surgiam acontecimentos que deixavam todos perplexos.

Foi para a escola com sete anos e em pouco tempo já sabia ler e escrever; era um modelo de aluno.

Sua vida foi de sacrifícios, provações e dificuldades.

Dois registros, constantes do livreto sobre a história do povoado de São Geraldo, atual Goianira, mostram a sua relação com a água.

Ao acompanhar uma caravana de missionários, em longa viagem, Geraldo teve que acalmá-los quando a água que levavam acabou e começaram a sentir sede. Não demorou muito e chegaram numa casa, quando avistaram um poço. Ele chegou e pediu água para os companheiros, mas o dono lhes negou.

Calmo como sempre, agradeceu e o alertou:

– Se negas água ao seu próximo o poço vai negá-la também ao senhor.

E se afastou, indo em direção à estrada, quando ouviu a voz do homem que já o chamava desesperadamente, porque a água do poço havia secado. Chorando, aproximou-se e lhe pediu que devolvesse a água do poço, prometendo que daquele momento em diante todos poderiam usar a água tanto quanto quisessem.

São Geraldo, então, retornou à casa, fez sobre o poço o sinal da cruz e a água começou a transbordar.

Noutro momento, foi marcante a sua presença na Praia de Nápoles, sítio conhecido como ‘Pedra dos Peixes’:

As ondas do mar estavam agitadas quando viram um barco que subia e descia, num movimento perigoso. A fúria das águas começava a arrastá-lo para mais longe da praia, A tempestade aumentava e o risco de naufrágio era iminente. O vento trazia, de longe, o grito desesperado de seus tripulantes, abafados pelo barulho das ondas. Na praia, as vozes de homens, mulheres e crianças chorando diante da possibilidade da perda de parentes e amigos.

São Geraldo não hesitou, jogou-se ao mar e nesse instante fez o sinal da cruz sobre as águas, passando a andar como se estivesse em terra firme. Aproximou-se do barco, pegou-o pela quina e o arrastou consigo para a praia.

Com aparência frágil, era um exemplo de humildade e docilidade, e todos viam dificuldades para que mantivesse uma rotina mais pesada de atividades. Foi o que ocorreu com a Congregação dos Redentoristas, quando se aproximou, quis ingressar, mas foi vetado, por problemas de saúde.

São Geraldo faleceu aos 29 anos de idade, em 16 de outubro de 1755, vítima de tuberculose, depois de um longo período de sofrimento.

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