Maria Luiza Naves

 

            Primeiro grande sonho já realizado, de cursar Medicina, Maria Luiza Naves, 25 anos, agora amplia essa conquista: fazer a especialização, a Residência Médica em Pediatria, em Palmas, TO, onde reside atualmente. Ao mesmo tempo, quer revalidar o diploma, para já atuar profissionalmente no Brasil. Além de seu, era sonho também de seus pais, José Rodrigues Naves Neto e Ivaneide Alves de Souza Naves, que sofreu um pequeno abalo quando o pai, que prometeu lhe dar o apoio necessário para alcançar esse objetivo, faleceu em 2012, quando ela tinha apenas 14 anos e cursava o ensino médio no Colégio Objetivo, de Araguaína, TO, onde nasceu em 23 de dezembro de 1997. Determinada, colocou esse desejo como seu projeto de vida e o atingiu de forma tranquila, com bons resultados.

Foram, de certa forma, sacrificantes para ela, aos 18 anos e sozinha, enfrentar longe de seus familiares mais próximos, esses seis anos. Havia deixado a mãe, viúva, em Palmas, e passou por muitas dificuldades para conduzir esse propósito: fazer o Curso de Medicina, escolhendo uma instituição de ensino superior cujas mensalidades coubessem em seu orçamento. Tudo organizado, ingressou na Universidade Autônoma de San Sebastian, em Assunção, Paraguai, e fez o almejado curso.

Os problemas, como se recorda hoje, foram muitos. Num primeiro momento, a adaptação a outra realidade social, econômica e de estudos. “Tudo era desafiador: outro país, outra língua, outros costumes, outra realidade”, disse. Ela custou a se acostumar com esse novo quadro, mas foi superando cada obstáculo, cada adversidade. Concentrou nos estudos, só se desligando quando vinha passar as férias escolares com a mãe, em Palmas, o que fazia uma ou duas vezes ao ano. 2023, último ano de sua jornada de estudos e dedicação, foi uma espécie de internato, ficando integralmente por conta da conclusão dessa importante etapa de sua vida.

Ela notou que o paraguaio, o que mora em regiões centrais, como os da capital, ainda guarda mágoas provocadas pela derrota sofrida quando o seu país foi invadido pelo Brasil, na famosa Guerra do Paraguai, e houve um massacre de parte de sua população. Os que residem mais próximo da fronteira, como ressaltou, são mais receptivos e acolhedores.

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.