Luiz Humberto
A vila Coimbra, nos anos 1960 e 1970, era um bairro de Goiânia que, mesmo bem localizado, carecia de infraestrutura, asfalto e iluminação pública. As crianças e os jovens, vizinhos, brincavam nos lotes vazios e nos espaços reservados para praças públicas. Não eram muitas as casas. A av. Castelo Branco, na época, não tinha asfalto, a passagem de veículos levantava uma poeira irritante, e nem havia a expressão de hoje, como via de escoamento.
Essa proximidade aumentava a convivência entre as pessoas que ali residiam, inclusive uns visitando a casa dos outros e até mesmo aprendendo atividades que as famílias desenvolviam. Foi assim que Luiz Humberto Teixeira conheceu os filhos dos donos da sorveteria Beijo Frio, que era famosa na av. 84, no setor Sul, e com eles aprendeu a fazer sorvetes. Seus produtos agradavam a todos que os experimentavam e sua fábrica se chamou Sorvenaves.
Aos 20 anos ele decidiu ter sua própria sorveteria e optou por montá-la em outro Estado, recaindo a preferência pelo Amazonas, mais precisamente em Manaus. Chamou o amigo Edilson Galdino Rocha e juntos se aventuraram nessa empreitada, que durou uns dois anos; a amizade e o empreendimento chegaram ao fim, e eles retornaram, para cada um recomeçar uma outra atividade. Edilson virou político e foi prefeito de Taquaral, GO.
Em Goiânia, Luiz Humberto teve outra experiência com sorvetes, que fabricava em casa, tendo ensinado a técnica à mãe, Neuza Maria Naves, que ainda ajudava na higienização do local. Em 1992 montou uma barraca na Feira da Lua, na praça Tamandaré, setor Oeste, em Goiânia, quando estava começando, funciona aos sábados, a partir das 16h, e ficou uns 10 anos. Depois, passou todas as informações ao irmão, Carlos Humberto, que tocou o negócio e o mantém até hoje.
A terceira experiência foi um pit-dog.
Trajetória
Luiz Humberto é o primeiro dos dois filhos do casal Neuza Naves e Natal Teixeira, que se conheceu em Buriti Alegre, cidade em que eles se casaram, nasceram os herdeiros e em seguida se mudaram para Goiânia. Natal já trabalhava com o tio de sua mulher, Josino Naves de Souza, na concessionária de veículos que tinha na cidade, a J. Naves, e decidiu vir para a capital quando ele anunciou que estava montando uma concessionária da Chevrolet, a Jorlan. O tio ajudou na construção da casa na então vila Coimbra.
Ele também, ainda jovem, trabalhou nessa empresa, ficando uns três/quatro anos. Inquieto, passou por vários colégios em Goiânia: ‘São Judas Tadeu’, ao lado da Igreja, para onde ia de bicicleta; ‘Geraldo Magela’, na av. Assis Chateaubriand; ‘São Nicolau’; Colégio Estadual Ruy Brasil; Escola Técnica de Comércio de Campinas, e no Colégio Objetivo, onde concluiu o II Grau, cursando Edificações.
Ao mesmo tempo em que fazia e vendia sorvetes, decidiu arranjar um emprego público. Conversando com uma amiga, Nadir Figueiredo, com bom relacionamento em Brasília, conseguiu uma vaga no Ministério da Educação e Cultura (MEC), no Programa de Merenda Escolar, que depois se chamou Campanha Nacional de Alimentação Escolar (CNAE) e cuja Delegacia em Goiás funcionava num galpão na vila Nova, em Goiânia. Como não tinha como ser contratado diretamente, conseguiram colocá-lo via Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa do Pará (Fadesp), à qual ficou vinculado por muitos anos.
Em 1980 passou no vestibular e fez o Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Goiás, onde se especializou em Informática Educativa. Logo em seguida prestou concurso público para o magistério no Governo do Estado, foi aprovado, mas não lecionou, trabalhando numa escola conveniada; dedicou-se alguns anos e depois pediu rescisão de contrato.
Na época, conheceu Ivanete Gonçalves de Camargo e se casaram, numa convivência de 18 anos; não tiveram filhos. Comprou um lote no setor Rio Formoso, naquele momento distante do centro de Goiânia; e construiu sua residência.
Quando encerraram com a CNAE foi transferido para a Delegacia do MEC em Goiás, na época dirigida pelo professor João Jardim Péclat e, depois, pelo professor Nelson Figueiredo, que lecionava Direito na Universidade Católica de Goiás.
Luiz Humberto foi eleito Presidente da Associação dos Servidores do MEC em Goiás, quando esteve em Brasília com o presidente da Câmara dos Deputados, Ulisses Guimarães, para entregar as reivindicações dos filiados. Num segundo momento encontrou-se com Ulisses em Goiânia, na campanha pelas Diretas Já, que o parlamentar liderou. Ele tomou gosto pela política na convivência com o então prefeito de Goiânia, Íris Rezende Machado, “que é da família Naves”, como gosta de frisar, e com quem conversava muito; chegou a ser candidato a Vereador na Capital goiana.
Com Ulisses Guimarães
Posteriormente, estava na casa de Iris Rezende quando soube que iriam acabar com a Delegacia do Ministério da Educação em Goiás, naquele momento tendo como titular a professora Vera Maria. Presente à comemoração do aniversário do primo Iris, o professor Ítalo Lima Machado, que dirigia a Escola Técnica Federal de Goiás, prontamente o convidou a ir para a ETFG, que aceitou, ali ficando, na área administrativa, até se aposentar no Setor Público Federal. Em 1999 a Escola Técnica foi transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (Cefet-GO) e, em 2008, em Instituto Federal de Educação Tecnológica de Goiás (IFG). A Delegacia estadual do MEC foi fechada na gestão do ministro da Educação, professor Paulo Renato de Souza (1995-2002).
Naves
Luiz Humberto Teixeira adora o sobrenome de sua mãe, que não colocaram quando foi registrado, apenas o do pai. Esse sonho de ter o Naves não se concretizou, mas nunca tomou a iniciativa para efetivar esse desejo. Depois que se separou, casou-se com a paranaense Ana Cristina Pereira, com quem teve dois filhos; a primeira providência foi registrá-los para colocar o sobrenome: Enzo Naves Cunha Teixeira, de 2007, que faz o 1º ano do II Grau e domina bem o inglês; e Heitor Naves Cunha Teixeira, de 2009, do nono período, ambos estudando no Colégio Einstein, em Goiânia.
Batizado do filho Enzo
Voltou a se separar e hoje mora sozinho no setor Rio Formoso, onde cuida dos três imóveis que têm: em um fica o Espetinho do Major, onde se alimenta e aprecia o final do dia; e noutro a Oficina Mecânica Rama e a Summer Cell. Ana Cristina, com os dois filhos, continua morando no setor Coimbra.
A praça que fica em frente à sua casa, nas ruas 231, 262 e 253, no setor Coimbra, ganhou o nome de seu pai, Natal Teixeira, conforme a Lei 8.658, de 12 de agosto de 2008. Foi uma homenagem do vereador Nelson Ferreira ao pioneiro naquele setor de Goiânia, que chegou em 1967, foi taxista e era uma pessoa trabalhadora e muito querida.