Jales Naves entrega a coleção ao presidente Jales Mendonça (Foto de Lays Carvalho de Araújo)
O “Jornal do Trânsito”, que a Editora Naves lançou em Goiânia em março de 1999 e circulou durante 14 meses, até junho de 2000, marcou sua trajetória, ao se constituir na tribuna para debate de questões fundamentais, em especial sobre a violência no trânsito. Uma coleção desse veículo, com 14 edições, foi doada na manhã desta quarta-feira, dia 23, por seu editor, jornalista Jales Naves, ao Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, passando a integrar a hemeroteca do IHGG, já com mais de 10 mil edições de periódicos produzidos por goianos. O jornal preencheu uma lacuna, contribuindo para o processo educativo, divulgando as iniciativas e o trabalho no setor e abrindo espaço para uma ampla reflexão que o assunto exige da sociedade. “Vem discutir e analisar os problemas e questionar decisões”, explicou.
O Código de Trânsito Brasileiro, implantado em 1997, foi saudado pelo rigor e pelas punições previstas, e “não pode ser mais uma simples lei que não será cumprida em toda a sua extensão”, afirmou o jornal, em editorial. “É preciso revisar o CTB, aperfeiçoá-lo, para torná-lo realmente eficaz em seus objetivos, de educar e, em caso de reincidência, punir com rigor, para evitar esse quadro negativo que tanto se lamenta”. Conforme ressaltou, o Brasil já tem uma legislação que prevê punições para todos os atos irresponsáveis e cabe, a cada um, fazer com que se cumpram essas determinações legais.
O presidente do IHGG, Jales Guedes Coelho Mendonça, elogiou a iniciativa da doação das edições do jornal, ampliando a hemeroteca e destacando um assunto de grande interesse social, que é o trânsito, ao apresentar iniciativas positivas no Brasil e no mundo. De imediato, passou os jornais encadernados ao pessoal da hemeroteca, para já inclui-lo na relação dos veículos de comunicação à disposição da sociedade.
Responsabilidade
Em seu primeiro ano, “ainda que existam muitas reclamações e críticas, é fundamental reconhecer que o Código já apresenta resultados positivos, como a redução de multas e de acidentes. Vem para mudar comportamentos e, portanto, isso não se faz de um dia para o outro”. O que todos esperam, como destacou na apresentação do livro “Carteira Nacional de Habilitação – O que saber”, o advogado Itamar dos Reis Costa, é que cada um conheça o CTB e possa se constituir num condutor “educado, equilibrado, inteligente, conhecedor do mundo que o rodeia e possuir uma formação cívica e responsável”.
O então diretor técnico do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás, Horácio Santos, ressaltou o fato do “Jornal do Trânsito” colocar a educação como basilar no processo de mudança comportamental proposto pelo CTB. “É um Código rigoroso, mas que, por si só, não vai resolver todos os problemas”, disse, para justificar que melhor do que uma lei rigorosa é uma lei aplicável. Por isso, considerou o importante o debate suscitado pelo jornal, já questionando o Código, a falta de estrutura dos órgãos, numa contribuição de grande valia para despertar na população um maior interesse em conhecer melhor a legislação do trânsito e passar a respeitá-la.
Experiente, com mais de 50 anos na atividade jornalística, o então presidente da Associação Goiana de Imprensa, Walter Menezes, enalteceu o “Jornal do Trânsito” como oportuno e necessário. “Gostei do formato, do enfoque das matérias, da diagramação, do debate que promoveu sobre o novo Código. É um jornal que já nasce forte e respeitado”, afirmou. Tabloide, 12 páginas, “tem uma diagramação que valorizava o texto e era bem ilustrado, com fotos e gráficos”.