Faleceu na manhã desta terça-feira, dia 1º, o jornalista Jorge dos Reis Braga, natural de Patos de Minas e desde a década de 1970 em Goiás, fixando-se em Goiânia. Talento singular para o desenho, inspirado nas revistas em quadrinhos que seu pai trazia para casa, criou seus próprios personagens e técnicas artísticas, o que o levou a se destacar entre os colegas e a atuar como ilustrador em jornais locais ainda na adolescência.
Em 1973 mudou-se para Goiânia, envolveu-se com teatro e humor gráfico, marcando presença no jornal “Cinco de Março” e no emblemático Show do Esqueleto. Em 1977 firmou-se em “O Popular”, quando suas charges diárias conquistaram o leitor pela crítica afiada aliada a um humor elegante. Mergulhou no universo dos HQs e do carnaval, sempre mantendo sua veia artística.
Criou as revistas “Badião” e “Romãozinho” e o jornal “Zé Ferino”, e ganhou uma gibiteca com seu nome no Centro Cultural Marieta Telles Machado, inaugurada em 22 de setembro de 1994, para a qual doou todo o seu acervo pessoal de gibis, hoje com mais de 20 mil títulos.
A trajetória de Jorge Braga foi marcada por uma mistura de irreverência, poesia, crítica social e amor pela arte, atributos que o tornaram referência nas histórias em quadrinhos e nas charges brasileiras.
Era admirador do cartunista Ziraldo (foto), que o considerava um filho.
Nota de falecimento
É com grande pesar que a Associação Goiana de Imprensa comunica o falecimento de seu associado, jornalista Jorge dos Reis Braga, 67 anos, mineiro que adotou Goiás para viver e aqui construiu e consolidou carreira como um dos mais importantes cartunistas do país. Ele faleceu em sua residência, de enfisema pulmonar.
Profissional brilhante, foi um educador em sua arte de traduzir, em traços marcantes, os fatos mais importantes do país e do mundo. Começou em jornal escolar, quando aflorou por intuição a profissão de uma vida inteira.
Com mais de 50 anos de carreira, o ilustrador passou por diferentes redações de Goiânia. A estreia como cartunista foi no semanário “Cinco de Março”, em 1972, tendo atuado na “Folha de Goiaz”, “Jornal Opção”, “Diário da Manhã” e “Jornal do Tocantins”. Há anos produzia charges para o jornal “O Popular”.
Entusiasta do folclore, criou a revista “Romãozinho”, extraindo de nossa história o personagem para um dos primeiros gibis goianos.
Seu trabalho ultrapassou fronteiras e chegou a publicações nacionais e internacionais, como “O Globo”, “Jornal do Brasil”, “O Pasquim”, “Correio Braziliense”, “Jornal de Brasília”, revista “Veja” e “The World News”, de Orlando, nos Estados Unidos.
Neste momento de profunda dor a AGI manifesta aos familiares e amigos as mais sinceras condolências.
Valterli Leite Guedes
Presidente da AGI