Esmerinda Naves

Alta, clara e elegante para os padrões daquela época, Esmerinda Naves de Miranda se destacou na primeira metade do século XX na região sudeste do Mato Grosso, uns 200 km de Cuiabá, cujas terras foram ocupadas, primeiro, pelos índios Bororo e depois por aventureiros que se arriscavam em busca de ouro e pedras preciosas. Ela tinha “em torno de 1,72m, pele branca, avermelhada, nariz grande e comprido”, como a descreveu o sobrinho João Sinval Figueiredo, para completar: era muito trabalhadora e religiosa fervorosa da Igreja Presbiteriana. As anotações são da sobrinha-neta Leda Figueiredo, escritora e pesquisadora sobre sua família.

Viveu 84 anos, foi muito querida por todos e sempre gostou de ler e fazer anotações, deixando muitos cadernos com seus escritos, até hoje inéditos. Ainda menor de idade casou-se com Bertholino José da Silveira, não tiveram filhos e acabou adotando o único filho de sua irmã, Ana Rosa Naves da Silva, que faleceu quando Abrahão Naves da Silva, que nasceu em Guiratinga, MT, em 2 de outubro de 1936, tinha sete anos.

Casamento          

         O casamento de Esmerinda e Bertholino foi no dia 28 de julho de 1930, às 14h, na casa onde funcionava a Escola Pública Mixta do povoado, em ato conduzido pelo primeiro suplente do Juiz de Paz em exercício, Hermenegildo Rodrigues dos Santos. O documento está registrado no Cartório do 2º Ofício de Rondonópolis, MT, livro nº 1, fl. 94v, nº 95, que emitiu uma certidão, assinada pela escrevente Lourdes Vaz Pinto. Uma cópia está guardada com a sobrinha-neta Silvany dos Santos Lima.

Os noivos eram mato-grossenses; ele, filho de Bellarmino José da Silveira e de Bernarda Joana da Silveira, residentes no Lajeado do Garça; e, Esmerinda, de Antônio Naves de Miranda e Rita Naves de Miranda, residentes no distrito de Serra da Gibóia. Esmerinda tinha 16 anos, e Bertholino, agricultor, viúvo, 29 anos.

Como Bertholino não sabia ler nem escrever, foi representado por Antônio Cunha Abreu. Assinaram como testemunhas: Miguel Gomes Machado, lavrador, natural da Bahia; João Lucas Evangelista, fazendeiro, residente em Anhumas, no distrito; e Ignacio Pereira de Souza, lavrador e residente no povoado.

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