Dr. José Olympio (Foto dos arquivos da UFU)
O médico cirurgião e professor aposentado José Olympio de Freitas Azevedo, que morreu na noite de 30 de maio deste ano, em Uberlândia, MG, aos 88 anos, foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ele também participou da fundação da Maternidade Santa Clara, atual Hospital Santa Clara.
Neto de Augusta Maria Naves de Freitas, José Olympio deixa a esposa Línia Rezende Azevedo e quatro filhos: Marila, Murilo, Viviane e Flávio. A causa da morte não foi divulgada pelos familiares.
Trajetória e contribuição à medicina
José Olympio nasceu em Uberaba, em 24 de agosto de 1936. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e iniciou a carreira como cirurgião geral no Hospital Souza Aguiar e no Hospital de Clínicas, no Rio de Janeiro, em 1962.
Depois, especializou-se em cirurgia plástica com o professor Ivo Pitanguy e fez cursos na Argentina e na Inglaterra.
Foi um dos grandes responsáveis pela história da educação médica em Uberlândia. Como fundador da Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia (EMECIU) em 1966, liderou a comissão que trabalhou para a sua criação. Sua coragem e visão pioneira fizeram com que, em 1976, essa escola fosse incorporada à então Universidade de Uberlândia, ajudando a construir a base da instituição que é hoje.
Também foi um dos fundadores da Fundação da Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia (FEMECIU), em 1967, que viria a se tornar a Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (FAEPU).
Durante toda sua trajetória na Universidade, atuou na Faculdade de Medicina (Famed), contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento e fortalecimento do ensino, pesquisa e extensão na área da saúde. Entre suas funções administrativas, exerceu o cargo de pró-reitor de Planejamento e Administração, entre 1984 e 1985, período em que trabalhou muito para criar a Rádio e Televisão da UFU e também atuou como reitor substituto.
Ao longo de sua trajetória de mais de três décadas no serviço público na UFU, iniciou suas atividades em 1º de março de 1964 e se aposentou em 26 de dezembro de 1997.
Atuou também na Secretaria Municipal de Educação de Uberlândia. Era irmão da ex-vereadora Martha Pannunzio e do ex-vice-prefeito Chico Humberto.
Homem de saber
Em nota, a Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia despediu-se de um de seus mais ilustres membros. “Médico, professor, pró-reitor da Universidade Federal de Uberlândia e membro da Assembleia Geral da FAEPU desde sua fundação, em 1966, Dr. José Olympio foi um dos pilares que sustentaram os ideais desta instituição. Seu compromisso com a educação, a ciência e a saúde contribuiu de forma duradoura para o progresso de Uberlândia e de toda a região”.
“Homem de saber, ação e integridade, fez de sua trajetória uma constante busca pelo bem comum. Com sabedoria, generosidade e firme propósito, colocou seu vasto conhecimento e influência a serviço do progresso coletivo, contribuindo decisivamente para a formação de uma sociedade mais justa, saudável e instruída”, afirmou a nota. “Deixa-nos uma figura exemplar e permanece um legado de inestimável valor”.
A FAEPU rendeu-lhe suas mais sinceras homenagens e expressou sua eterna gratidão por tudo o que realizou em prol da Fundação e da comunidade que ela serve. “Parte um homem, permanece a sua obra”, completou.
Reconhecimento
Dr. José Olympio de Freitas Azevedo teve sua trajetória reconhecida por importantes instituições, como o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), que lhe outorgou a Medalha de Mérito Ético Profissional.
A honraria é concedida a médicos com, no mínimo, trinta anos de profissão e uma carreira pautada pela ética e excelência. Dr. José Olympio foi o nome escolhido entre cerca de 30 mil médicos em atuação no estado na ocasião.
UFU em luto
A UFU publicou uma nota de pesar na manhã desse sábado e destacou a trajetória do docente com mais de três décadas a serviço público da UFU, iniciando suas atividades em 1º de março de 1964 e se aposentando em 26 de dezembro de 1997.
“A UFU perde um de seus fundadores, um homem que acreditou no potencial da nossa educação e dedicou sua vida ao bem-estar da nossa comunidade. Seu exemplo de ética, dedicação e inovação continuará sendo inspiração para toda a nossa comunidade universitária, estudantes, professores e profissionais da saúde.
Neste momento difícil, prestamos nossas condolências aos familiares e amigos do professor José Olympio e homenageamos sua vida e seu trabalho que fizeram a diferença na vida de tantas pessoas“, informou a publicação.
Inabalável integridade
A direção do Curso de Medicina da UFU lhe prestou homenagem póstuma: “Um visionário não é aquele que enxerga o futuro, mas aquele que o constrói com suas mãos, sua inteligência e seu caráter”, ressaltou. “Hoje rendemos nossas mais profundas homenagens ao professor José Olympio de Freitas Azevedo, fundador da Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia, figura seminal na história da educação e da saúde em nossa região. Homem de rara inteligência, imensa generosidade e inabalável integridade, seu legado transcende décadas e permanece vivo na trajetória daquilo que hoje é a Universidade Federal de Uberlândia”.
“Com determinação e pioneirismo, o prof. José Olympio não apenas idealizou uma instituição de ensino médico, mas plantou as sementes do conhecimento que viriam a florescer em uma das mais respeitadas universidades do Brasil. Sua visão à frente de seu tempo permitiu que gerações tivessem acesso à educação superior de qualidade, formando profissionais que honram seu nome em cada avanço científico, em cada gesto de humanização da medicina e em cada contribuição ao desenvolvimento social”.
“Além de um educador excepcional, foi um homem de princípios, cuja ética e dedicação inspiraram todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Sua vida foi um exemplo de que a verdadeira grandeza está no serviço ao próximo e no compromisso com o progresso coletivo”.
“À família, nossos sentimentos e gratidão por compartilhar conosco tão ilustre existência. Aos colegas, alunos e admiradores, o desafio de perpetuar sua memória. Ao prof. José Olympio, nosso eterno reconhecimento. Que sua obra continue a iluminar caminhos e que seu nome seja sempre lembrado com o mesmo respeito e admiração que merece. O que fazemos por nós morre conosco. O que fazemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal”, ressaltou a mensagem.