Dom Aquino Correia

 

Mato-grossense de Cuiabá, Francisco de Aquino Correia, dom Aquino Correia, de 1885, sacerdote, Arcebispo de Cuiabá, poeta e orador sacro, foi Governador do Mato Grosso e integrou a Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira nº 34. Em Roma estudou na Universidade Gregoriana e na Academia São Tomás de Aquino, onde se doutorou em Teologia. Filho do casal Antônio Thomaz de Aquino Junior e Maria de Aleluia Gaudie Ley Correia, e neto de Maria de Faria Albernaz e Antônio Thomaz de Aquino Correia, é da décima geração dos Naves brasileiros.

Bisneto do alferes Manuel Faria Albernaz, goiano de Pirenópolis, e de Maria Joaquina Pereira da Veiga, e trineto de Anna Vitoriana do Nascimento e de Theodoro da Silva Pereira, é tetraneto de Anna Joaquina da Fonseca e do sargento-mor Manoel de Faria Albernaz. Pentaneto de Mécia Bueno da Fonseca e Francisco Xavier de Barros, é hexaneto de Jacintha de Araújo Ferraz e Salvador Jorge Bueno, e heptaneto de Maria Bicudo de Almeida e Antônio Ferraz de Araújo, filho.  É octaneto de Maria de Almeida Naves e Francisco Bicudo de Brito, e eneaneto de João de Almeida Naves e Maria da Silva Leite.

        

Trajetória

Dom Aquino Correia nasceu em Cuiabá, MT, em 2 de abril de 1885, e faleceu em São Paulo, SP, em 22 de março de 1956. Cedo revelou o amor aos estudos e vocação religiosa. Iniciou os estudos no Colégio São Sebastião, passando em seguida ao Seminário da Conceição. Depois frequentou o Liceu Salesiano de São Gonçalo, onde recebeu o grau de Bacharel em Humanidades. Em 1902 ingressou no Noviciado dos Padres Salesianos de Dom Bosco em Cuiabá, ordenando-se sacerdote em 1903. Em 1904 seguiu para Roma, onde se matriculou, simultaneamente, na Universidade Gregoriana e na Academia São Tomás de Aquino, onde se doutorou em Teologia, em 1908. Em 17 de janeiro de 1909, já tendo recebido todas as Ordens Menores e Maiores, foi ordenado presbítero.

De volta ao Brasil, foi nomeado diretor do Liceu Salesiano de Cuiabá, cargo que desempenhou até 1914, quando foi designado, pelo Papa Pio X, para titular do Bispado de Prusíade e Auxiliar do Arcebispo da Diocese de Cuiabá, cargo em que foi investido em 1º de janeiro de 1915, aos 29 anos, sendo o mais moço entre todos os bispos do mundo.

Em 1919, o Papa Bento XV conferiu-lhe os títulos de Assistente do Sólio Pontifício e Conde Palatino. Em 1921, com o falecimento do Arcebispo Dom Carlos Luís d’Amour, foi elevado ao Arcebispado de Cuiabá, recebendo o Pálio Arquiepiscopal das mãos de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo.

Em 1917, indicado pelo governo de Venceslau Brás como conciliador, foi eleito Governador do Mato Grosso para o período de 1918-1922, com 32 anos. Ali manteve a consciência democrática, a capacidade construtiva e o profundo sentimento patriótico.

Amparou a cultura regional, tomando a iniciativa de fundar a Academia Mato-grossense de Letras onde, depois, como titular, seria aclamado por unanimidade Presidente de Honra. Criou também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, do qual foi eleito Presidente Perpétuo. Quarto ocupante da Cadeira 34 da ABL, foi eleito em 9 de dezembro de 1926, na sucessão de Lauro Müller e recebido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva em 30 de novembro de 1927.

Autor de numerosas e notáveis “Cartas pastorais”, de discursos, trabalhos históricos e poesias, Dom Aquino Correia publicou “Odes”, o seu primeiro livro de versos, em 1917, seguido de “Terra natal, onde reuniu poemas de exaltação a Mato Grosso e ao Brasil, cheios de suave lirismo e fascínio pelo seu torrão. Foi poeta em quatro idiomas: o português, o latino, o italiano e o francês.

“Há, na poesia de Dom Aquino – disse o embaixador e acadêmico José Carlos de Macedo Soares – um forte lirismo que combina bem com o seu poder descritivo, não só quando ele narra um episódio, como também quando invoca uma paisagem ou simplesmente uma viva emoção.”

Mais tarde deu a público alguns trabalhos em prosa. O escritor escorreito está em todas essas páginas, tantas delas revelando o interesse de Dom Aquino pelas coisas nacionais.

O seu domínio na tribuna pública era absoluto. Não só como orador sacro era admirado, senão também como grande orador em várias entidades culturais. Destacam-se, nessa área, sua conferência sobre o “Centenário do Bispado de Cuiabá”, proferida no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, onde foi recebido em 1926; a “Mensagem aos homens de letras”, proferida na Academia Brasileira de Letras, e “A verdade da Eucaristia”, oração inaugural do V Congresso Eucarístico de Porto Alegre, em 28 de outubro de 1948.

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