Cristiano Cançado
A cor sempre encontrou morada no olhar de Cristiano Cançado. Depois de anos de experiências em mostras coletivas, o artista goianiense terá, entre 2 e 29 de outubro, a sua primeira exposição individual em Goiânia. “De Todas as Formas e Cores” ocupará os espaços do Instituto Rizzo (Rua Cora Coralina, 242 – Setor Sul) e nascerá como um sopro de liberdade: espontânea, vibrante e profundamente enraizada na alma de Goiás. Com curadoria de Valéria Vilela, a mostra será inaugurada no próximo dia 1º, às 19h30, em vernissage que promete reunir olhares atentos e corações sensíveis.
Filho de Hélio Rubens Naves Cançado, empresário de espírito empreendedor, e de Ana Maria Dias Cançado, mulher de afeto generoso, Cristiano carrega em si a história de uma família que valoriza o trabalho e a beleza da criação. Desde os 17 anos, quando o pai o convidou a trilhar um caminho próprio, escolheu o mundo da arte: abriu um salão de beleza, onde as cores dos cabelos e o movimento das mãos o levaram, pouco a pouco, a descobrir a escultura e a pintura com materiais recicláveis — gesto de transformação e permanência.
Cristiano é irmão de dois goianienses que também traçam destinos singulares: Leandro, casado, pai de três filhos, hoje reside na ensolarada Califórnia, EUA, onde dirige uma concessionária de veículos; e Heliana, casada, mãe de duas filhas, cosmetóloga que leva a estética e o cuidado como forma de arte.
Um artista de instinto
Autodidata, Cristiano encontrou na juventude o chamado das telas. Inspirado por artistas de sua terra e pelo cotidiano que o cerca, participou de exposições marcantes, como “A Arte Sacra” (2002, Catedral das Artes) e “Santos e Anjos” (2025, Galeria Art Show 588), além de ter obras apresentadas na Galeria Época em 2014.
Após a pandemia, um novo sopro de vida atravessou seu trabalho: as paletas sóbrias deram lugar a cores intensas, revelando a pintura como espaço de cura, renascimento e celebração. O traço se fez instintivo, quase em um só fôlego, impregnado de intensidade e paixão.
“De Todas as Formas e Cores”
A exposição é um convite a caminhar por dentro de emoções que se convertem em imagem, de lembranças que viram cor, de sensações que se desdobram em forma. Telas, potes, objetos — tudo se transforma sob o toque do artista, que ressignifica o descartável para torná-lo eterno.
Entre as obras, brotam a fauna e a flora do Cerrado, os costumes simples da vida goiana, a memória das convivências, a pulsação da mestiçagem brasileira. Tudo vibra em cores exuberantes e composições livres, sem amarras, como quem celebra a própria existência.
Mais que uma mostra, “De Todas as Formas e Cores” é um manifesto sensível: a afirmação de que a arte, assim como a vida, é feita de diversidade, de beleza e de um amor profundo pela terra onde nasceu.