João Naves

 

        A Câmara Municipal de Goianésia vai realizar nesta quarta-feira, dia 11, às 19h, no Plenário Aleixo Luiz Vinhal, a Sessão Solene para entrega aos familiares de João Naves, já falecido, a Comenda do Mérito do Agronegócio Otávio Lage de Siqueira, a principal honraria do Legislativo goianesiense. A propositura foi do vereador Paulo Henrique Naves Dias.

A Comenda do Mérito foi criada pelo Decreto Legislativo nº 038, de 20 de agosto de 2009, para ser concedida a pessoas físicas ou jurídicas por suas ações em defesa do agronegócio goianesiense. Em parecer favorável do relator, vereador Eustáquio Cândido Naves, a Comissão de Finanças, Orçamento e Economia ressaltou que a iniciativa era oportuna e se justificava porque irá incrementar, de forma significativa, o agronegócio no município, “vai reconhecer aqueles que atuam na área”.

João Naves

Goiano de Corumbaíba, de 1939, filho de Imorvides Naves e Virgínia Maria da Conceição, João Naves dedicou boa parte de sua vida ao meio rural. Casou-se em 1967 com sua prima e conterrânea Irani Ferreira Naves; eles se conheceram quando crianças, passaram boa parte de suas vidas em fazendas e sempre estiveram próximos. Tiveram três filhos: Jarbas, André e Hosana Naves.

Em 1958, ainda solteiro, João acompanhou os pais na mudança para Goianésia. Ele tomou conta de fazendas, administrando, plantando e colhendo lavouras e tirando leite. Dentre essas, cuidou, por 14 anos, da propriedade de Duclecer de Assunção, que foi proprietário do Cartório de Registro Civil de Goianésia, e São Gonçalo, de Anísio Cury, a última em que trabalhou.

Durante um tempo foi ‘catireiro’, comprando e vendendo gado na região, passando até 30 dias nessas viagens. Sem estudos específicos, o casal se manteve fiel aos sonhos, em busca de novos horizontes e oportunidades para os três filhos. Em 1986 eles se mudaram para a cidade, a pequena Goianésia, já em desenvolvimento e com boas perspectivas. Acreditavam que o futuro dos filhos seria melhor num centro urbano.

Uma nova fase teve início quando, a convite de seu sobrinho, José Hamilton Naves, ele se tornou sócio na administração de um açougue. Com o tempo expandiram o negócio, passando a comercializar também couro bovino e pedra de fel. Alguns anos depois, adquiriram uma pequena chácara, a apenas cinco quilômetros da cidade. Mais tarde, comprou a parte do sobrinho, assumindo a posse integral do sítio, onde se dedicou à criação de gado, porcos e galinhas, além de cultivar diversas plantações.

Em 1989, Irani começou uma pequena produção de salgados, trabalhando na cozinha de sua própria casa. A divulgação foi boca a boca, o que contribuiu para o crescimento e expansão do negócio. Em 2015, inaugurou a Casa Irani Salgados e Quitandas Ltda. Com uma pequena equipe de profissionais treinados e qualificados, os três filhos passaram a administrá-la: André e Jarbas cuidam da produção e das finanças, enquanto Hosana, a filha caçula, com graduações em Engenharia de Alimentos e Nutrição e pós-graduação em Vigilância Sanitária, é responsável pela qualidade e desenvolvimento de novos produtos.

João Naves, devoto de Santo Antônio de Pádua, rezava o terço anualmente no dia 13 de junho. Sentia-se sempre atendido em suas orações. Em gratidão, seu sonho de construir uma capela em homenagem ao santo se concretizou em 2015, na sua chácara. Desde então, realiza-se mensalmente a reza do terço, a Santa Missa e a festa anual no dia 13 de junho, mantendo viva essa tradição.

Aos 80 anos, João Naves enfrentava uma demência degenerativa progressiva. Em 1º de maio de 2019, sofreu uma broncoaspiração causada por alimento e faleceu dois dias depois. “Deixou em seu legado o amor pela família e pelo trabalho, frutos que são colhidos pelos filhos”, destacou o vereador Paulo Henrique Naves Dias.

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