Quem foi gostou muito e prometeu voltar nos próximos; quem não foi perdeu uma oportunidade especial de convivência com pessoas com afinidades que não sabemos explicar de onde surgiu e vontade de conviver. Isto porque, mesmo conhecendo a pessoa na hora, todos queriam conversar, relembrar os bons tempos, falar da excelência do ensino que tivemos, rever amigos e conquistar novas amizades.
Assim pode ser resumido o encontro de ex-alunos do Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’, na tarde de sábado, dia 17, no sítio Tangará do Salino, do colega João Dias, depois do conjunto Vera Cruz, indo pela avenida Gercina Borges Teixeira, com uns seis quilômetros de extensão. A chácara fica depois da vila São José, um loteamento feito pela Igreja, e que, por ser num lugar mais alto, oferece um belo retrato de Goiânia, de longe.
O sítio é um belíssimo e apropriado espaço que nos entusiasmou desde a chegada. Logo se vê uma grande casa avarandada, que estava fechada, e a gente seguiu ao local da festa, com estrutura isolada dessa residência, com churrasqueira, mesas e demais equipamentos. Os sanitários são no modelo antigo, destinados um para homens e outro para mulheres, sem opção para outros gêneros que não se enquadrem nessa divisão.
Ao lado da cozinha e churrasqueira foi instalada uma grande mesa, para as grandes panelas, com comida variada, entre saladas, arroz, complementos e carnes, para quem quisesse almoçar; os freezers, bem abastecidos, tinham cervejas, refrigerantes e sucos. Os garçons que nos serviram, uniformizados, foram muito prestativos.
No comando, o nosso colega Chiquito e Glorinha, com a experiência vitoriosa daqueles bons tempos, o Can Can Chopp, em Campinas, e a certeza de que tudo sairia bem, como realmente aconteceu. Como fui um dos últimos a sair, vi o Chiquito coordenando as equipes para retirada dos equipamentos utilizados no almoço. A impressão é que sobrou muito, de comida e bebida.
Heloísa e eu saímos de casa, na av. T-15, acima da T-63, no setor Bueno, um pouco depois das 10h, e pegamos, dois quarteirões depois, na própria T-15, o casal Alzira e José Neto, que foi conosco.
Nós nos perdemos na chegada, já que o celular do Zé Neto, que iria nos orientar, caiu no banco e ele custou a encontrá-lo. Chegamos até perto do local, mas viramos à direita, quando deveríamos ir reto, numa espécie de rodovia. Rodamos a região, poucas pessoas tinham informações e ficamos nesse giro até 12h. Ligamos para o João Dias, que não atendia, até que falamos com o dr. Jurandir Dias de Paula, coordenador do grupo ‘Sonos Pedro Gomes’, que estava chegando. Foi quando o Zé Neto achou o telefone dele.
Duas horas dando voltas, desorientadamente.
Não reclamamos, apenas perdemos parte do nosso precioso tempo. A vantagem é nossos filhos tinham instalado no carro o spotify, serviço de streaming de música, e vimos curtindo canções dos anos 1950 e 1960, com um detalhe valioso: como conhece todas as músicas, Zé Neto, o maior dançarino de rock que já vi numa pista, ao lado de Alzira, cantou praticamente todas com as bandas e cantores que estávamos ouvindo. E isso não tem preço.
Já no sítio fomos nos acomodando e cumprimentando todos os presentes, alguns com mais informações e outros mais rápidos.
A primeira descoberta: as duas maiores comunidades presentes eram do bairro de Campinas, a primeira formada pelos cinco irmãos – José Siqueira Filho, Luciano Sanches de Siqueira, Antônio Tadeu, Luiz Fernando e Ricardo Siqueira, e o filho do Fernandinho, Luiz Fernando Naves Sanches de Siqueira, que estava com sua equipe, que fazia registros; e a segunda, da vila São Geraldo, atual Goianira, igualmente com cinco, todos nascidos lá: Jales, Sevan, Cecília, Jacira Rosa Pires e irmão dela Francisco Cézar. Eu estava com Heloísa; Sevan, que saiu de Brasília, de carro, às 8h e chegou praticamente no mesmo horário que eu, às 12h, com Ana Maria; e Cecília com João Silva Neto, ex-vereador por Campinas. Outra comunidade representativa era formada por três goianos que adotaram o Tocantins e lá estão há bastante tempo: José Soares e o casal Carlos Braga e Rosilda.
Um dos mais entusiasmados com o encontro, que cobrou, o tempo todo, a presença de todos e comentando cada confirmação, o jornalista Arthur Rezende Filho, com equipe, fazia registros para o seu apreciado programa “Aplausos”. Fui um dos primeiros entrevistados, para falar sobre o recebimento da Comenda Literária Antônio Almeida, que será entregue amanhã, terça-feira, dia 20, às 19h, na Câmara Municipal de Goiânia – fui indicado pela Associação Goiana de Imprensa e é um reconhecimento à minha produção literária, já com três livros de sucesso pulicados e mais 12 no prelo, para começar a serem publicados a partir de agora.
Alzira comentava com Zé Neto sobre o dono da casa, que tinha se casado com sua melhor amiga na época, Aída, colega de classe dela no ‘Professor Pedro Gomes’ e que não se viam desde aquele período, há mais de 50 anos. João Dias, chamado, ao saber desse distanciamento providenciou o reencontro telefônico das duas, colocando a ex-mulher para conversar com Alzira e ali começaram a traçar os planos para um encontro.
O amigo João Pessoa de Souza, por problemas de saúde, não pôde comparecer, mas fez questão de me enviar um exemplar de seu livro “Minha história, minha vida”, com uma simpática dedicatória, dizendo que eu havia ajudado a construir aquela obra. Não estava em Goiânia no lançamento de seu livro. O primeiro a me abraçar foi Parmênio Alves David Filho, meu colega na Fundação Municipal de Desenvolvimento Comunitário (Fumdec), gestão da querida professora Geralda Albernaz. Elegante em sua bengala, ele foi o portador desse exemplar do livro. Como sempre, acompanhado de sua simpática e sorridente Solange.
O escritor Ademir Hamú lançou extraoficialmente, no evento, o volume 5 da série “De Goyaz a Goiás – Biografias vilaboenses”, sobre o professor e escritor Pedro Gomes, que deu nome ao antigo colégio. Fui um dos primeiros a adquirir o exemplar e a dedicatória foi simpática: “Ao querido amigo Jales um pouco de nossa história. Abraços”.
Meu sobrinho, Luiz Fernando Naves Sanches de Siqueira, que adotou o apelido político de ‘Sanches da Federal’, é candidato a Vereador em Goiânia, com o número 11022, e aproveitou a presença de seis tios para se apresentar, circular entre os presentes, falar de seus projetos e justificar sua decisão de ingressar na atividade político-partidária. Quer ser o sucessor do avô materno, José Rodrigues Naves Júnior, que foi vereador por quatro mandatos consecutivos, de 1947 a 1962, tendo presidido a Câmara de Goiânia em duas legislaturas e sempre participando da mesa diretoria, em diversos cargos. Os presentes acolheram bem suas ideias e propostas e muitos manifestaram a decisão do votar nele.
Toda elegante, na cor laranja, Maria Lígia, muito simpática, me disse que é uma das fundadoras do Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis para os Povos do Cerrado (Icebe), que funciona na antiga casa do imortal da Academia Brasileira de Letras. Construída no estilo europeu, chama a atenção de quem passa pelo local, no então bairro Nova Suíça e que hoje é setor Jardim América, próximo ao Goiânia Shopping. Estava, na mesa, com Ana Celeste, sempre discreta e atenta.
Thales Bassalos escreve um livro e quer a minha participação na obra; estava com Maria Helena. Relembrou os anos 1950, da escolinha da professora Edna de Roure, que inicialmente funcionou em duas salas de minha casa, na av. Rio Grande do Sul, nessa época, e depois passou por dois lugares em Campinas. O segundo local era numa casa de esquina na av. Rio Grande do Sul com a rua Benjamin Constant.
Grandes dançarinos, dominando as pistas por onde encantam as pessoas, Osvaldo e Rosa Amélia chegaram cedo e aproveitaram. Não tomam bebida alcoólica, o que não faz diferença, pois logo se entrosam e participam dos diversos grupos. Eram da av. Rio Verde e circularam lembrando aqueles bons tempos.
Verônica teve um contratempo na chegada, ao sair do carro, e todos foram solidários em apoiá-la. Esses carros de hoje, mais alto que o normal, acabam nos trazendo transtornos. Apoiada, sempre, pelo simpático Sinclair. Na mesa, o simpático casal Sílvia e Roberto Aidar.
Valquíria e o marido, Honor Cruvinel, pediam votos para o filho Gustavo Cruvinel, para vereador em Goiânia, nº 12400.
Luizinho Queiroz, sempre sorrindo, e Violeta Ganam circularam, cumprimentando os muitos amigos desde então. São campineiros e muitos queridos.
Dois ex-deputados estaduais, ambos médicos, que trabalharam juntos, compartilharam a mesa: Carlos Luz e Hélio de Sousa. Eram muitos os médicos, com suas histórias interessantes: Aristides, Décio Borges, Landim, Reinaldo Menezes e Carlos Campos. Fui próximo do Carlinhos, vizinho da rua Quinino Bocaiúva, onde terminava a av. Pará, e depois houve um distanciamento, que agora vamos eliminar.
Cesmar Moura levou a sua pinga preferida e distribuiu doses para todos que encontrava. Fui um deles. Realmente, a cachaça, branca, desceu redondo, sem queimar por onde percorria.
Todos gostaram, eram só elogios. Sentiram que encontros como aquele fazem falta em nossa vida e querem mais. João Dias ofereceu aquele espaço para o novo encontro.
Afinal, somos privilegiados por ter estudado no Colégio Estadual ‘Professor Pedro Gomes’, o principal educandário público do País nos anos 1950 e 1960. Foram períodos em que usufruímos de uma escola pública de qualidade, com professores excelentes e uma direção que se impôs e fez mudanças de grande significado. Tudo ficou em nossa memória e todos são agradecidos pela grande oportunidade de terem sido protagonistas desta bela parte da história de Goiânia.
Fomos, realmente, privilegiados.