Comunidade surgida no século XIX, em função de antigas e novas rotas de acesso ao interior brasileiro, Santo Antônio da Alegria, SP, na divisa com Minas Gerais, foi administrada, na primeira metade do século passado, por dois Naves: Valério Naves dos Reis, da sétima geração da família nascida no Brasil, em 1923, e o filho, Benedito Naves dos Reis, de 1942 a 1945, conforme os registros da Câmara Municipal.
Valério nasceu na cidade de Monte Santo de Minas, MG, no dia 14 de junho de 1871, onde foi batizado no dia 25 desse mês, filho de José Braz Naves, da sexta geração da família no Brasil, e Maria Cândida de Jesus.
Localizada na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, Santo Antônio da Alegria começou a ser povoada a partir de 1860, em torno da capela de Cuscuzeiro, fundada por Francisco Antônio Mafra, onde os viajantes faziam pouso entre as províncias de São Paulo e Minas Gerais. Em fevereiro de 1866, a capela foi elevada a freguesia (denominada Distrito de Paz), sendo batizada em louvor ao santo católico; o termo “Alegria”, segundo a tradição local, se deve às festas que aconteciam na época na fazenda Cuscuzeiro.
Benedito
De acordo com o registro feito pela Câmara Municipal, Benedito Naves dos Reis (foto) nasceu ao dia 2 de abril de 1906, na cidade de Santo Antônio da Alegria, no bairro rural Matinha, filho de Valério Naves dos Reis e de Rita Francisca de Jesus; seu pai foi prefeito da cidade em 1923. Casou-se com Divina Naves, em 20 de setembro de 1924, e tiveram oito filhos: Maria Aparecida dos Santos, Valério Naves Netto, Luzia Naves dos Reis Belutti, José Naves da Silva, João Naves da Silva, Cinira Naves Machado, Fábio dos Reis e Jacira dos Reis Neves.
Era lavrador e proprietário da grande Fazenda Roseira, localizada no bairro rural Lage, onde criava gado e plantava café e eucalipto.
“Foi um dos Prefeitos de Santo Antônio da Alegria, de 1942 a 1945, cargo que exerceu com eficiência e dedicação, valorizando o voto de confiança que lhe foi concedido em prol dos mais e menos favorecidos. Também foi Vereador de Santo Antônio da Alegria e presidente desta Casa de leis no ano de 1954, no período de março a dezembro”, conforme as anotações da Câmara Municipal.
“Lutou para a construção da usina de força e luz no Bairro do Baú; construiu jardins para lazer dos alegrienses e uma estrada que ligava Santo Antônio da Alegria a Monte Santo de Minas. Teve outros grandes feitos, mantendo com firmeza tudo o que conquistamos com muita luta e dedicação de outros Prefeitos, sendo uma pessoa púbica exemplar e eficiente ligado ao desenvolvimento político e social de nossa cidade”, relatou o Legislativo, para acrescentar: “Foi um exemplo para seus filhos e netos, vindo a falecer no dia 15 de abril de 1989”.