Professor Nequito, Galeria de Acadêmicos da AGL (Foto de Ana Maria do Carmo)
Professores aposentados da Universidade Federal de Goiás, instituição à qual dedicaram a sua carreira no magistério, ele na área de Letras e ela de Geografia, o casal Manoel (Nequito) Bueno Brito e Kedma de Faria Bueno está voltando para a vida no meio rural, com longas temporadas na fazenda que tem no município de Cristalina, GO, às margens da rodovia BR-040, próximo a Paracatu, MG, e quer ficar mais tempo ali. Nessa propriedade já se dedicaram à pecuária leiteira, fornecendo leite para uma Cooperativa, mas abandonaram a atividade diante dos altos custos e da dificuldade em conseguir mão-de-obra; agora, arrendaram uma parte para o plantio de soja e na outra plantam milho e capim e criam gado de corte, mais rentável. “Não dá para plantar arroz porque os periquitos e pássaros pretos não dão vez”, afirmou Nequito, soltando uma gargalhada.
A nova temporada começou na segunda-feira, dia 22, quando os dois viajaram pela manhã, e na agenda está a organização da sede da fazendinha, como a chamam, para receber, em farto café da manhã, no dia 7 de maio, os foliões da 77ª Festa em Honra ao Divino Espírito Santo de Cristalina, principal festejo do município – “que representa as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos para evangelizar o mundo”. A região sofre as consequências das alterações no sistema produtivo, com a redução das propriedades rurais menores, o que afeta o percurso dos foliões, e por isso eles lutam pela manutenção dessa tradição e tem feito todos os esforços para preservá-la.
Carregando bandeiras, caixas e a capanga, que são os símbolos do Divino Espírito Santo, e anunciados por um som característico, dez grupos de foliões saem a cavalo pelas trilhas e estradas para visitarem várias fazendas do município, para evangelizar as pessoas da zona rural. Além do cortejo, a festa ainda conta com muita catira, um desfile dos foliões e atividades na antiga igreja da cidade.
Academia
Goiano de Crixás, onde nasceu em 1941, professor de Português e Francês e mestre em Filosofia pela UFG, Nequito integra a Academia Goiana de Letras, ocupando a Cadeira nº 20. Poeta e autor de vários livros, como “Candeia de canto”, de 1997, e “Viagem da tarde”, de 2007, ele recebeu em 2009 a Medalha do Mérito Cultural, reconhecimento do Conselho Estadual de Cultura a personalidades que se destacaram na área em Goiás.
Os escritores Nequito, Lêda Selma e Emílio Vieira na AGL (Foto de Nelson Santos)