Maria Bechman Naves
Objeto de um projeto de transposição no Nordeste do Brasil, o rio São Francisco é um dos cursos d’água mais degradados de Minas Gerais, num trecho bem grande de seu leito no Estado onde nasce. O relatório de avaliação da qualidade das águas superficiais de 2012, elaborado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas, mostra que o Velho Chico apresentou nesse ano o pior resultado de densidade de cianobactérias.
O problema levou a Comissão Extraordinária das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ao norte de Minas, para realizar audiência pública. Nessa região não houve transposição, mas o rio não é mais o mesmo, o que tem deixado a todos indignados.
Quem compartilha com essa decepção diante da nova realidade é Maria do Rosário de Fátima Naves Itabaiana (Rosária), 81 anos, que nasceu no norte de Minas, em Januária, em 1943, passou poucos meses na cidade, onde nasceu sua mãe, Maria Bechman Naves, e voltou em raras oportunidades. A última, mais recentemente, é que motivou sua revolta, pois levou um grupo de amigas nesse retorno à terra natal, dizia que dava para apreciar a passagem das águas da janela da casa de sua avó materna, que ficava na beira do rio, e isso não foi possível, devido a um desvio.
Primogênita de Josino Naves de Souza, empresário, nascido em Buriti Alegre, GO, e Maria Bechman, filha de Aureliano Porto Gonçalves e Joventina Ferreira, Maria do Rosário cresceu nessa localidade e estudou no internato do Colégio Santa Clara, no bairro de Campinas, em Goiânia. Casou-se aos 19 anos, com Ari Itabaiana de Moura, goiano de Niquelândia e agente fiscal do Estado. A festa de casamento foi a maior já realizada em Buriti Alegre, pois o pai era o Prefeito e fez questão de convidar as autoridades do Estado e, na cidade, todo mundo. Foram mais de 1.000 convidados e muito bonita a festa.
Josino e Maria Bechman – o nome composto foi uma criação da sua irmã mais velha, que foi freira, e fazia uma relação com a Bélgica, país onde morou – tiveram mais duas filhas: Mirian, de 1945, e Inês Mirtes, de 1946, ambas também nascidas em Januária. Na época, era comum a mãe fazer os partos na casa de seus pais.
Maria do Rosário de Fátima Naves Itabaiana